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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Euller, a PM e a dura tarefa de enxugar gelo

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publicado em 07/02/2017 às 10h06
atualizado em 07/02/2017 às 07h17

Enxugar gelo é uma expressão pesada quando se trata de segurança pública. Nessa área, quase significa rendição a um sistema em que a violência atropelou a exceção e virou a regra.

O termo, apesar de rejeitado pelo comandante-geral da Polícia Militar da Paraíba, Euller Chaves, é o que mais se aproxima da realidade nua e crua.

Principalmente, a mais angustiante para homens e mulheres da PM que dedicam sua vida à sociedade: prender numa hora e a Lei soltar na outra.

A impunidade, somada ao período de contingenciamento financeiro, sobrecarrega o papel da corporação, no auge dos seus 185 anos de fundação.

Euller Chaves, ao lado de sua tropa, faz o que está ao alcance das possibilidades. O déficit de pelo menos dois mil policiais não impede que o índice de mortes violentas esteja chegando ao mesmo patamar de 2009, segundo as estatísticas.

Na prática, é como se ao invés de seguirmos a tendência de crescimento, estivéssemos regressando aos registros de sete anos atrás, enquanto noutros Estados os números sobem.

Para isso, dá pra imaginar o sacrifício. Com o advento da crise, o custeio da PM caiu para um terço dos tempos de vagas gordas e a gestão da Polícia precisa mês a mês contar as moedas para bater as metas financeiras estipuladas pela Administração.

Ao Frente a Frente, da TV Arapuan, ontem, o coronel se disse motivado pelo rigoroso modelo de gestão do governador Ricardo Coutinho e da autonomia concedida à PM, salva, segundo o oficial, de “interferências políticas”.

Chaves – que há muito tempo deixou de ter vida social e administra, além do combate ao crime, agudas gastrites e esofagites – não perde a fé. Sabe que o Estado não pode cansar dessa guerra fria de paciência. Até porque o gelo não pode quebrar do lado do cidadão.

Nova derrapada
O presidente Michel Temer (foto) bem que poderia ter evitado mais essa. A indicação do seu subordinado, ministro Alexandre Moraes, filiado ao PSDB, para o STF não chega a surpreender, mas mostra a quem o peemedebista está disposto a agradar. E nem de longe é a opinião pública.

BRASAS
*Nas ondas – Um mês fora do ar, o Fala Paraíba – programa oficial do governador no rádio – voltou ao ar ontem. Com menos emissoras na rede.

*A escolher – A bancada de oposição ainda não sabe quem será o próximo líder da minoria, função atualmente da deputada Camila Toscano (PSDB).

*Injeção – Poucos dias após a posse, o presidente da Assembleia, Gervásio Filho (PSB), tomou gosto pelas perspectivas do cargo.

*Senão – Tucanos graúdos se agradam do portfólio do prefeito Romero Rodrigues (PSDB) para 2018, mas receiam um fator: ausência de imagem estadual.

*Aceirando – Aos poucos, o ex-secretário-executivo de Comunicação, Célio Alves, volta à cena. Inclusive da política…

FALA CANDINHA!
Prevenção
De Dona Candinha sobre a indicação de Alexandre Moraes, como revisor da Lava Jato:

– Está provado: Michel tem o que Temer!

PONTO DE INTERROGAÇÃO
O vice Enivaldo Ribeiro e o PP estão satisfeitos com os espaços na Prefeitura de Campina Grande?

PINGO QUENTE
“A Suprema Corte não seria para mim ”. Do juiz Sérgio Moro (foto), durante palestra nos Estados Unidos, horas antes do anúncio da indicação de Alexandre Moraes para o STF.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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