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Comandante da PM nega ‘paredão humano’ em Alcaçuz: “Se abrir as mãos, morreu”

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publicado em 20/01/2017 às 20h30

O comandante-geral da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, coronel André Azevedo, afirmou ao G1 nesta sexta-feira (20) que não havia intenção da corporação de fazer um “paredão humano” para separar facções criminosas na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Grande Natal. O coronel contradisse a fala do governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), que deu entrevista à GloboNews  nesta quinta (19).

“Paredão humano, ele [governador] já se desculpou. Ele recebeu uma informação não técnica. Não existe. Lá existe arma de fogo. Polícia, se abrir as mãos, morreu”, disse o comandante. “Nós, para entrarmos, temos que fazer uma operação complexa, planejada, que envolve muitos materiais, equipamentos, armas”, disse.

É o 7º dia de rebeliões na penitenciária, a maior do estado. Na manhã desta sexta, os presos voltaram a ocupar o telhado da unidade. Eles continuam soltos pelos pavilhões e pelos pátios do presídio, mesmo após a entrada do Batalhão de Choque e do Bope.

Segundo o comandante, deve ser instalada uma barreira física para separar as facções, que seria feita de contêineres provisoriamente. “Isso é urgente e necessário”, disse. O coronel afirmou ainda que é uma “ilusão” pensar que a Polícia Militar conseguirá retirar todas as armas do presídio.

“São 5 pavilhões, cerca de 1,4 mil presos. Imaginar que 100 ou 150 homens da polícia entrem e retiram as armas é ilusão. Cada pedaço de ferro é uma arma. A gente recolhe mil. Vamos sair daqui, no mês seguinte tem mais mil. É um esforço jogado fora. Hoje, o sistema prisional, que é a cargo da Sejuc [Secretaria do Estado de Justiça e Cidadania], não é da polícia, eles perderam o controle do sistema prisional”, afirmou.

O coronel disse que a ação desta quinta ocorreu para “evitar mortes e cumprir a lei” e que até o momento uma morte foi confirmada. “Nós estamos nos presídios para evitar a ação externa do resgate de presos”, disse. “Nós vamos atuar para que a Sejuc possa restabelecer uma barreira física de separação. São facções numerosas que estão lá se digladiando. Enquanto não houver uma barreira física, eu vou entrar para quê? Eu vou entrar e sair.”

G1

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