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Carnaval

“Minha bunda não está mais para jogo”, afirma Dani Bolina

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publicado em 20/01/2017 às 19h03
Em 2017, a escola de samba paulistana Unidos de Vila Maria completa 63 anos e, destes, há cinco, Dani Bolina desfila na agremiação. Madrinha de bateria, ela foi visitar o barracão da escola na Fábrica do Samba e falou sobre os preparativos para o dia do desfile. Este ano, a Vila Maria tem como samba-enredo “Aparecida – A Rainha do Brasil, 300 anos de amor e fé no coração do povo brasileiro”, que homenageia a aparição de Nossa Senhora no Rio Paraíba do Sul, no Vale do Paraíba. “Só de pisar aqui já me emociono”, disse Dani, ao conferir a montagem dos carros alegóricos.

Dani já faz parte da comunidade e diz rejeitar o posto da escola para mostrar o corpo ou aparecer. Nos últimos anos ela tem inclusive usado fantasias mais comportadas, que não mostrem o bumbum. “A gente esbanja sensualidade, mas não abusa da vulgaridade (risos). Quase nunca mostrei nada. No ano passado, mostrei barriga, mas usei penas de faisão até o pé para não mostrar a bunda. Não gosto de mostrar a bunda. Minha bunda não está mais para jogo”, diz ela, que, como panicat, ficava no palco do programa “Pânico” só de fio-dental. Mas são tempos passados.

“No ‘Pânico’ a gente não se mexia né, mas na avenida tem fotógrafo que fica posicionado para pegar o pior ângulo só para caçar clique. Quem tem bunda sabe que não tem como não tremer e não uso meia. Admiro quem tem coragem, mas eu não consigo”, admite ela.

‘Me preparo o ano todo para o Carnaval’
Quando foi panicat, Dani fazia o estilo fortona e chegou a 80 kg. Atualmente tem 62 kg. “Ser daquele tamanho é um estilo de vida, com muita dieta e musculação. Respeito quem faça, mas não consigo mais. Não passo vontade. Se quiser tomar refrigerante, tomo. Quando vou para a Vila Maria, bebo, não estou nem aí. Não vou deixar de comer o pão com carne das baianas, não”, brinca ela.

“Gosto mais do meu corpo assim. Já passou meu tempo de ser forte. Eu era panicat e trabalhava de biquíni, mas agora não consigo mais viver duas horas por dia na academia e naquela dieta. Assim (como está agora) é mais fácil de se vestir e você fica mais fina, mais requintada. Mas estou falando de mim, cada um sabe o que é melhor para si”.

Atualmente, Dani treina muay thai e jiu-jítsu. “Eu me preparo o ano todo, não tem milagre da mutação. Dou uma afinada mais perto do carnaval.” Modesta, Dani admite que samba não é o seu forte. “Não sou boa de samba, sempre digo isso para todo mundo saber”, confessa, aos risos.

Apesar de não ser católica, Dani gostou do samba-enredo da escola em 2017, que foi aprovado pela Cúria Metropolitana e pelo Santuário Nacional de Aparecida. “Achei muito interessante a igreja estar apoiando e estar envolvido no Carnaval. Vai ter gente que vai achar um absurdo, mas tem gente que vai amar. Acho que tem uma polêmica da gente estar falando de uma santa, mas a escola está respeitando o que foi previsto”, diz ela, que é umbandista e não abre mão de carregar um patuá durante o desfile.

“Tenho um patuá que vai comigo dentro da minha fantasia, na bota, por exemplo. Nunca tive problema com fantasia, graças a Deus. Até porque confio em quem faz”.

Agora, só resta esperar pelo desfile da Vila Maria, terceira escola a entrar na avenida na sexta-feira, 24. Serão 3.500 componentes em seis carros, 240 ritmistas só na bateria. A escola também está completando 15 anos com o projeto social que já atendeu 160 mil crianças carentes da comunidade em aulas de balé, futebol e até bateria. Dani aprendeu a tocar surdo nas aulas da comunidade e não tem dúvida de que a escola será campeã este ano. “Vai ser lindo”.

EGO

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