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Operação Lava Jato

MPF confirma acordo de leniência com Rolls Royce na Lava Jato

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publicado em 17/01/2017 às 16h16

O Ministério Público Federal (MPF) confirmou nesta terça-feira (17) que firmou acordo de leniência com a empresa britânica Rolls Royce em meio às investigações da Operação Lava Jato. O acordo prevê que a multinacional pague R$ 81.183.700, que serão integralmente destinados ao ressarcimento dos prejuízos causados à Petrobras.

A empresa é suspeita de pagar propina para funcionários da Petrobras para fechar contrato para fornecer turbinas de geração de energia para plataformas de petróleo.

O acordo foi firmado na sexta (13) e vai ser submetido à homologação da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal.

O anúncio de cooperação foi feito inicialmente pela própria Rolls Royce, que divulgou acordo com as autoridades brasileiras, americanas e da Grã-Bretanha para auxiliar em investigações sobre casos de corrupção nos três países.

O acordo

Acordo de leniência é uma espécie de delação premiada voltada a empresas. O objetivo do mecanismo é obter informações de companhias acusadas de corrupção, em troca de redução de punições.

No caso da Rolls Royce, o pagamento de multas devem chegar a US$ 25,58 milhões no Brasil, a quase US$ 170 milhões nos Estados Unidos, além de 497 milhões de libras esterlinas na Grã-Bretanha.

Conforme o comunicado da Rolls Royce, o único acordo que já está fechado é com as autoridades britânicas. Os acordos da empresa no Brasil e nos Estados Unidos ainda estão sob negociação.

Segundo a empresa, se confirmados, o total dos acordos, nos três países, chega a 671 milhões de libras esterlinas.

A Rolls-Royce entregou ao MPF, no iníciode 2015, os resultados de investigação interna promovida por escritório especializado e se colocou à disposição das autoridades para o esclarecimento dos fatos e indicando seu interesse em arcar com sua responsabilidade, de acordo com o Ministério Público Federal. A atitude da empresa britânica, conforme o MPF, foi espontânea.

‘Comportamento adequado’

“Esse é o comportamento adequado de pessoas jurídicas que implantaram programas efetivos de integridade: ao invés de negarem os fatos e adotarem medidas para obstruir as investigações, espera-se que essas empresas promovam suas próprias investigações, forneçam todas as provas às autoridades sem restrições e busquem ressarcir todos os prejuízos causados. Com isso, as empresas conseguem, além de solucionar pendências com a Justiça, demonstrar que estão realmente dispostas a manter suas operações sem a prática nefasta da corrupção. Esperamos que esse comportamento também seja um legado da Operação Lava Jato para um ambiente de negócios mais saudável no país”, pontuou o procurador da República Paulo Roberto Galvão, da força-tarefa da Operação Lava Jato, em nota enviada pelo MPF nesta terça-feira.

Rolls Royce e a Lava Jato

A Rolls Royce foi citada por Pedro Barusco, ex-gerente da estatal e um dos delatores da Operação Lava Jato.

Em trecho do depoimento da delação premiada de Barusco, que veio a público em fevereiro, o ex-gerente disse que a empresa britânica pagou propina para assegurar um contrato de US$ 100 milhões com a estatal.

No mesmo depoimento, Barusco afirma não se recordar quem foi beneficiado na divisão das propinas, mas diz que ele próprio recebeu US$ 200 mil da Rolls-Royce.

G1

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