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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

A volta (por cima) de Nonato

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publicado em 29/12/2016 às 11h28
atualizado em 29/12/2016 às 09h30

Bandeira e Ricardo Coutinho reeditam parceria política; como nos velhos tempos

“A política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes”. Da frase de Winston Churchill pode se depreender que na política, por analogia, há possibilidade de várias vidas.

O renascimento no Governo do jornalista e atual vice-prefeito pessoense, Nonato Bandeira, até ontem condenado à morte política após 2016, tem essa simbologia. Pensador, estrategista e dono de visão política de longo alcance, Bandeira calculou a engenharia ousada que levou Ricardo Coutinho à Prefeitura de João Pessoa, duas vezes, e ao Palácio da Redenção.

Um projeto de quase dezesseis anos de poder. Em 2012, ele e Ricardo se perderam no caminho. Uma ruptura de afinação gerada pelo choque de observações do cenário daquele conturbado ano. Tempos depois viram que nenhum estava totalmente certo ou totalmente errado.

Esse reconhecimento mútuo certamente catalisou o reencontro que ora se oficializa com a decisão do governador de trazer a inteligência e o talento da articulação de Nonato de volta para bem perto de si.

Hábil, Ricardo não haveria de encontrar espaço mais adequado para essa nova fase. Escolheu, sabiamente, a Chefia do Gabinete, cargo com quem qualquer gestor dialoga diária e diretamente. Da simples agenda aos segredos das conversas políticas e decisões administrativas.

Quem achava que essa relação estava com as janelas totalmente fechadas, agora, ironicamente, para falar com o governador passará pela porta do novo secretário. E assistirá Nonato com as chaves na mão e a prerrogativa para abri-la.

Manoel tomou a decisão 
A depender do que decidiu ontem e confessou a pouquíssimas pessoas de sua confiança, o deputado federal Manoel Júnior (PMDB) assumirá o cargo de vice-prefeito em João Pessoa, no próximo dia 1º, e automaticamente renunciará o mandato na Câmara. Depois de muita hesitação e declarações enigmáticas, a decisão saiu depois de nova conversa com o prefeito Luciano Cartaxo (PSD). Manoel pesou todos os prós e contras, mas foi decisiva a sinalização dada por Cartaxo de que, se o vice costurar o apoio do PMDB, ele tem todas as condições de disputar o mandato de governador em 2018.

BRASAS
*Antes do Dia D – A decisão de Manoel Júnior deve ser antecipada. Se ficasse só para o dia da posse, seria o “fato” do dia 1º.

*Sim – Entre os consultados, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) foi da opinião favorável a posse de Manoel.

*Azedume – O deputado federal Veneziano Vital (PMDB) não gostou nadinha de ver o comando do seu partido de confraternização com o tucanato campinense, ontem.

*Aproveitado – Fábio Maia, dirigente socialista em Campina Grande, não ficou na poeira. Será remanejado para outra função.

*Causa – Secretária do Estado do Desenvolvimento Social, Cida Ramos se postou a favor da Lei das Cotas para Deficientes, do senador Cássio.

FALA CANDINHA!
No topo do mastro
De Dona Candinha: “Ricardo estendeu a Bandeira para Nonato”.

PONTO DE INTERROGAÇÃO
Se a aliança PMDB, PSD e PSDB resistir, com quem Ricardo formará chapa em 2018?

PINGO QUENTE
“Odebrecht é máquina de propina”. Do jornal britânico Financial Times, sobre as investigações da Lava Jato.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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