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tragédia aérea

Após contestar plano de voo da Chape, funcionária é alvo de ação penal

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publicado em 03/12/2016 às 16h00
Celia está afastada da função no aeroporto de Santa Cruz de la Sierra (Foto: Reprodução Facebook

Afastada do serviço no aeroporto de Santa Cruz de la Sierra, a funcionária Celia Castedo Monasterio, que era encarregada da revisão dos voos naquele aeroporto – e chegou a contestar o plano da aeronave Lamia, vai responder a processo penal da Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares de Navegação Aérea (Aasana, na sigla local) da Bolívia. Com 30 anos de experiência, Monasterio também está sendo investigada pelo Ministério Público boliviano.

Os promotores do MP querem investigar a falta de cumprimento de deveres e o “atentado contra a segurança dos transportes”. Os delitos têm previsão de pena de um a quatro anos de prisão, informa o jornal “El Deber”, de Santa Cruz de la Sierra.

Para a Aasana, há indícios de negligência na ação da funcionária. Celia Castedo Monasterio assinalou no plano de voo entregue pelos funcionários da Lamia que não havia combustível suficiente para voo em segurança – já que a autonomia do voo era igual ao tempo de percurso do trajeto de Santa Cruz até Medellín. Em voos internacionais, é necessário ter combustível adicional em caso de inconvenientes.

“Os funcionários da Aasana esperam que a funcionária explique por que ela permitiu a saída da aeronave Lamia se existiam tantas observações a respeito do plano de voo”, observa o jornal. Para o ex-dirigente da Direção Geral de Aeronáutica Civil e general da Força Aérea Boliviana, era possível evitar a partida do avião do aeroporto a caminho de Medellín.

– Os pilotos obedecem as ordens que a torre de controle envia – disse Luis Coimbra Busch.

No registro da funcionária, a principal observação disse respeito ao tempo de voo entre Santa Cruz de la Sierra e Medellín. Celia alertou a um despachante da companhia que a duração era igual à autonomia de combustível da aeronave. Em resposta, o despachante disse ter conversado com o piloto, que insistiu na realização do voo, afirmando que a autonomia era suficiente e que faria a viagem em menos tempo.

– Não, senhora Celia, essa autonomia me passaram, é suficiente. Assim, não apresento mais nada. Vamos fazer em menos tempo, não se preocupe. É assim, fique tranquila, está bem – dizia o documento, que transcrevia o diálogo das partes.

No Facebook pessoal, Celia Monasterio não se pronunciou ainda sobre o que aconteceu no dia 28 de novembro. No dia 1º de dezembro, ela divulgou duas reportagens, uma delas de críticas ao presidente da Bolívia, Evo Morales, falando sobre o vínculo da presidência com a empresa Lamia, e outra destacando suspeita de que o piloto Miguel Quiroga não declarou emergência momentos antes da tentativa de pouso e de se chocar no morro que vitimou 71 pessoas.

G1

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