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"Tá difícil"

‘Crise nacional’ afastou fãs do funk ostentação, diz MC Guimê

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publicado em 28/11/2016 às 09h13

Crise é oportunidade para MC Guimê. O funkeiro que foi o maior nome do funk ostentação admite que a “crise nacional” faz o público “focar em outras ideias” além dos carros, motos e joias do estilo. Tudo bem para ele, já que “Sou filho da lua”, primeiro disco, tem muito pop e rap – e apenas resquícios do funk ostentação.

“Essa crise nacional faz com que o público acabe pensando em outras coisas. Em 2010, 2011, lembro de amigos que trabalhavam duro e passavam apertos, mas conseguiam parcelar uma moto, um carro, pegar um dinheiro e ir para o baile”, lembra, sobre a época do auge do funk ostentação, em que emplacou a icônica “Plaquê de 100”.

Mas as letras sobre dinheiro e luxo já são passado no funk paulista. “E já vi vários amigos de uns tempos para cá falando: ‘Pô mano, tá difícil’. Vendendo carro, moto. Acho que refletiu em todo mundo. O público acaba focando em outras ideias e os MCs indo nessa levada”, diz Guimê.

De Claudia Leitte a D2
Claudia Leitte, Marcelo D2, Negra Li e Emicida participam de “Sou filho da Lua”. O objetivo é, assumidamente, ser mais acessível. Ele quer “entrar no ouvido de geral, na casa de geral. Deixar a parada com menos barreiras possíveis, menos rótulos possíveis. Algo que agrade todo mundo.”

Até a forma de lançamento foge da lógica do funk ostentação, baseada em clipes, não em álbuns. Isso explica o fato de este ser seu primeiro disco após cinco anos de sucesso. Predomina no disco uma mistura de rap com levada pop e romantismo – reflexo da fase apaixonada do cantor, noivo da carioca Lexa.

Mesmo assim, o funk ostentação está presente no disco- mas diluído. “Tem ideias semelhantes de festa, camarote, festa, mulher, bebida. Estão ali no meio, mas de uma forma diferente, não tão direta”, explica Guimê. “Se você não se adapta, não se atualiza, vai ficando para trás. No meu trabalho eu sempre quis ter uma visão ‘futurística’. Eu não procuro fazer o que a galera está fazendo, eu procuro inovar”, diz Guimê.

G1

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