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Novo ministro da Cultura diz que vai respeitar parecer do Iphan

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publicado em 19/11/2016 às 17h21

O novo ministro da Cultura, deputado federal Roberto Freire (PPS-SP), disse que o parecer do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) – que vetou a construção de um edifício na Bahia, de interesse do ministro Geddel Vieira Lima (Governo) – é o que vai prevalecer. Freire afirmou que os ministros devem respeitar decisões técnicas dos órgãos auxiliares porque senão não faria sentido eles existirem.

Para ele, com a recusa do Iphan, o caso está encerrado, pelo menos no que diz respeito à competência do Ministério. O caso pode ir à Justiça.

— O parecer do Iphan é o que está prevalecendo. Então, para mim, o caso está encerrado — disse Freire.

Ele disse que irá procurar o ministro demissionário da Cultura, Marcelo Calero, para trocar ideias sobre a continuidade dos trabalhados e ações do ministério.

Após pedir demissão do cargo de ministro da Cultura na sexta-feira, Marcelo Calero atribuiu sua decisão a pressões políticas para favorecer integrantes da base do governo. Em entrevista para a “Folha de S. Paulo”, Calero acusou Geddel de tê-lo pressionado para favorecer interesses pessoais do ministro da Secretaria de Governo.

Segundo Calero, Geddel o procurou em pelo menos cinco ocasiões, para obter do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a liberação de um projeto imobiliário em área tombada de Salvador, na Bahia. Segundo Celero, Geddel disse ser dono de um apartamento no prédio que dependia de aprovação federal, após ter sido liberado pelo Iphan da Bahia, comandado por seus aliados.

Ao GLOBO, Geddel admitiu ter conversado com o ex-ministro sobre o assunto, mas negou tê-lo pressionado a obter a licença do Iphan.

Um interlocutor do presidente Michel Temer afirmou neste sábado que a situação do ministro é “gravíssima”. Para esse assessor, Geddel perde as condições de falar em nome do governo, como articulador político, para tratar de pautas tão caras a Temer, como a PEC do teto de gastos e a reforma da Previdência.

Geddel, porém, afirma que permanece no cargo e que, em conversa com o presidente Michel Temer na manhã deste sábado, ouviu de seu chefe que o episódio é “página virada”.

OGlobo

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