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Estudo descobre porque é tão difícil esquecer uma música grudenta. Confira

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publicado em 17/11/2016 às 14h35

Em algum momento dos últimos anos você passou um tempo cantando “Roma roma-ma GaGa oh la-la“. Mas como Lady Gaga conseguiu ocupar tanto tempo o seu cérebro? Pesquisadores britânicos descobriram que existe ciência e matemática por trás das músicas-chicletes.

A pesquisa da Universidade de Durham, publicada pela Associação Americana de Psicologia, mostra que essas músicas grudentas têm um padrão de melodia, ritmo e intervalo específicos, com saltos ou repetições.

As músicas grudentas cientificamente são conhecidas como “imagem musical involuntária” (INMI), uma repetição mental que não se pode evitar.

Uma das principais características dessas músicas são os “contornos melódicos comuns”, como o que é encontrado em “Brilha, brilha, estrelinha”, por exemplo, em que as frases alternam notas agudas e graves durante toda a melodia.

Isso significa que elas têm formas melódicas genéricas comuns em músicas pop ocidentais.

Os pesquisadores pediram a 3.000 pessoas que indicassem qual a canção mais recente que havia ficado grudada na cabeça. O estudo levou 3 anos e foi realizado entre 2010 e 2013.

Os cientistas compararam as características das músicas grudentas, com outras que nunca foram apontadas como chiclete, mas que ainda assim eram populares no Reino Unido.

As mais grudentas

As três músicas mais grudentas, segundo os dados da pesquisa, são “Bad Romance”, de Lady Gaga, “Can’t Get You Out Of My Head“, de Kylie Minogue, e “Don’t Stop Believin“, da banda Journey. E só de ler os nomes das canções elas vão voltar a sua mente por um tempo.

Outra característica dessas músicas é uma estrutura de intervalo incomum, como notas mais repetidas do que você esperaria ouvir, como acontece no refrão de “Bad Romance”.

Segundo a psicóloga Kelly Jakubowski, uma das autoras do estudo, os resultados confirmam a crença de que as canções populares, que tocam no rádio com frequência, são mais relatadas como grudentas.

Mas a pesquisa também sugere que músicas cujo ritmo é mais rápido são mais propensas a ficar na memória por dias e reaparecer nos momentos mais inoportunos. De acordo com Jakubowski, muitas pessoas se recordam das músicas enquanto correm ou escovam os dentes.

Como tirá-las da cabeça?

Uma das sugestões mais populares dos voluntários que participaram do estudo foi ouvir a música que está incomodando. A música inteira. Isso porque são apenas certos trechos ou o refrão que ficam na memória.

Mas, a sugestão pode acabar agravando ainda mais a situação.

Se for o caso, os pesquisadores apontam outra técnica: ouvir algo totalmente diferente da música que grudou no cérebro – novamente, é preciso que seja uma canção na íntegra.

Entre os voluntários pesquisados na Universidade de Durham, a sugestão mais popular para exorcizar a música-chiclete foi o hino britânico, God Save the Queen.

Existe também um site, o Desescute, cuja proposta é, de forma bem-humorada, desalojar a “música que ficou cravada na cabeça”. Mas existe um problema: o site reconhece que substitui uma “música-chiclete em seu cérebro por outra ainda pior”.

O estudo de Kelly Jakubowski também mostrou que o problema da música-chiclete é mais grave quando a pessoa está entediada e inativa.

Então, outra sugestão é se ocupar, fazer qualquer coisa. A pessoa precisa encontrar algo que mantenha o cérebro ocupado até que consiga escapar do cerco da canção-grude.

O próximo passo da pesquisa é levar os dados ao laboratório e usar ressonâncias magnéticas para verificar as reações cerebrais a essas músicas projetadas para grudarem na memória. Assim vai ficar mais fácil entender por que o cérebro gasta tampo tempo com esses sons.

Uol 

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