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PF diz que Garotinho foi preso por coagir e comprar votos

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publicado em 16/11/2016 às 15h47
atualizado em 16/11/2016 às 17h03

A Justiça Eleitoral de Campos dos Goytacazes apontou compra de voto, associação criminosa e coação como motivos para pedir a prisão do ex-governador do Rio Anthony Garotinho. Ele foi preso nesta quarta-feira (16) na Operação Chequinho, que apura fraudes no programa Cheque Cidadão. Segundo investigadores, em troca de votos, eleitores eram inscritos no programa que dá R$ 200 por mês a famílias de baixa renda. O ex-governador nega as acusações.

No mandado de prisão, assinado pelo juiz Glaucenir Silva de Oliveira, Garotinho é citado como o “protagonista” das práticas criminosas com outros indiciados. Ele exerceria inclusive uma dominação sobre a Câmara Municipal de Campos, onde é secretário de Governo municipal.

“Se vislumbra o protagonismo e comando exercidos pelo réu na cadeia da associação criminosas com outros indiciados e/ou denunciados, sendo extreme de dúvidas sua dominação inclusive sobre o parlamento municipal, através de sua ascendência sobre os parlamentares”, diz a decisão.

O advogado de Garotinho, Fernando Augusto Fernandes, afirmou que o decreto de prisão da 100ª Vara Eleitoral de Campos vem na sequência de uma série de prisões ilegais (veja nota na íntegra mais abaixo).

Decisão judicial fala em associação criminosa e compra de voto de Garotinho (Foto: Reprodução)
Decisão judicial fala em associação criminosa e compra de voto de Garotinho (Foto: Reprodução)

Provas da fraude
“O réu e seus comparsas ordenaram a supressão de documentos públicos, inclusive arquivos de computador, referentes ao programa assistencialista do município denominado Cheque Cidadão, sendo certo que tais documentos e arquivos consubstanciavam prova da fraude”.

“O réu não só está envolvido mas comanda com ‘mão de ferro’ um verdadeiro esquema de corrupção eleitoral, através de um programa assistencialista eleitoreiro e que tornou-se ilícito diante da desvirtuação de sua finalidade precípua”, completa a decisão.

Prisão
Segundo a PF, o ex-governador do Rio de Janeiro foi preso em seu apartamento na Senador Vergueiro, no Flamengo, Zona Sul do Rio, de onde teria saído sem algemas. Em seguida, foi levado para a sede da PF na Zona Portuária. A prisão é preventiva, o que significa que não há prazo para libertação.

Garotinho deixou a sede da PF por volta de 13h30. O secretário de Governo de Campos saiu da Superintendência da PF acompanhado de agentes e estava de braços cruzados.

Após 40 minutos, por volta das 14h10, o ex-governador retornou à sede da polícia. Segundo informações da Globonews, ele teria sido levado ao IML para fazer exames de corpo de delito antes de seguir para a PF de Campos.

Ele será levado de avião pela PF e aguardava a chegada de alguns documentos pessoais para a liberação. A filha do preso, Calrissa Garotinho, chorou durante a transferência do pai.

Globo

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