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É assustadora a crise no transporte coletivo (II)

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publicado em 09/11/2016 às 08h46

Recentemente aqui foi publicada a primeira parte do que titulamos “É assustadora a crise no transporte coletivo”, em cujos escritos evidenciamos dados de uma pesquisa feita pela NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos). Nessa pesquisa consta que em comparação com o ano anterior (2014), o sistema de transporte coletivo urbano, nacionalmente, mesmo que tenha aumentado a oferta de seus serviços via sobretudo acréscimo da frota de ônibus, em 2015 sofreu uma queda de nada menos do que 9% no quantitativo de passageiros transportados!

Para ilustrar localmente esse problema, que obviamente tem repercussão econômica negativa, dissemos que em começo dos anos 2000 aqui em João Pessoa a frota do transporte coletivo era de 357 ônibus que mensalmente transportavam cerca de 10 milhões de passageiros. Agora, ano 2016, com uma frota de 472 veículos (115 ônibus a mais), só consegue transportar aproximadamente 7 milhões de passageiros.

No estudo da NTU ficou registrado que essa queda de passageiros teve por causas principais a própria crise econômica fortemente vivenciada nestes tempos, assim como os congestionamentos, a falta de priorização do transporte público e a redução dos investimentos nesta mesma área. Faltou dizer, porém, que um outro motivo dessa crise no transporte coletivo é a falta de eficiente fiscalização contra os transportes clandestinos, impropriamente também chamados de “alternativos”.

Essa falta de fiscalização eficiente não é de agora. Há mais de 20 anos atuando profissionalmente neste setor, o que sempre temos ouvido, dos respectivos órgãos gestores do transporte público, é que não contam com uma estrutura funcional compatível para a realização desse serviço fiscalizatório. Não contam… não têm… continuam sem contar… e, fato é que a cada dia os “clandestinos” mais vão invadindo as ruas, como a desafiarem as autoridades constituídas. Alias, “clandestinos” é apenas uma forma de dizer, porque conceitualmente não o são, vez que não se escondem para a realização de suas viagens e até parecem ironizar do setor legal que paga os impostos públicos e que têm de cumprir horários e percursos, faça chuva, faça sol, faça até madrugada, existam passageiros em quantitativo compatível ou não para essas viagens!

Várias empresas legais, Brasil afora e Brasil adentro, já encerraram suas atividades por causa do transporte clandestino. Aqui, bem pertinho de João Pessoa, cidade de Bayeux, as recentes notícias são as de que a empresa responsável pela linha intermunicipal Bayeux/João Pessoa, empresa que já teve o nome Wilson e de algum tempo pra cá passou a denominar-se Metro, esta, “cercada de clandestinos por todos os lados”, está “pedindo socorro”.

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