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Bala perdida mata mulher na frente da filha no Rio de Janeiro

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publicado em 27/10/2016 às 10h47
Bruna foi atingida no rosto Foto: Arquivo pessoal / Reprodução

A filha de 2 anos de Bruna Lace de Freitas, de 21, viu o momento em que a mãe foi atingida por uma bala perdida, quando estava no quarto do apartamento em que morava, no bairro Engenho da Rainha, na Zona Norte do Rio. A bala acertou o olho da jovem, que morreu pouco depois na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Itararé. Desde aquele momento, a menina se mantém agarrada a uma boneca e pouco fala. Quando abre a boca, é para descrever a cena.

– Ela fica repetindo: “Mamãe caiu, mamãe caiu”. E coloca o dedo no olho. A gente não sabe o que fazer. Não teve como impedi-la de ver a mãe ferida. Acho que é um trauma que minha sobrinha carregará para sempre – contou a operadora de teste Vilma Carlos Lace, de 24 anos, irmã de Bruna.

Ela contou que foi a irmã que ouviu o primeiro disparo. Logo em seguida, começou um tiroteio no Morro Engenho da Rainha, próximo ao apartamento:

– Eu fui para a janela ver o que estava acontecendo. Minha irmã ainda sorriu pra mim, como quem diz “Fofoqueira, hein?”. E aí começou a loucura. Ouvi o vidro da janela quebrando e minha irmã caindo. Na hora, pensei que estava se abaixando para se proteger, mas logo em seguida veio o sangue. E aí comecei a gritar por socorro. Os vizinhos vieram, enrolaram minha irmã no edredom e levaram para a UPA. Pouco tempo depois, recebi a notícia da morte.

Vilma relatou ainda que ela e Bruna já moraram em várias comunidades violentas do Rio. Há alguns meses, conseguiram alugar o apartamento e acharam que estavam livres de tiroteios.

– A Bruna tinha o sonho de sair de comunidade por causa da filha. Tinha medo que algo acontecesse. E realiza esse sonho e justo quando está dentro de casa, no local em que a gente deveria se sentir segura, acontece isso. O que fazemos agora? Para onde vamos? – disse a jovem.

O corpo de Bruna está no Instituto Médico-Legal (IML). O enterro será nesta sexta-feira, no Cemitério Inhaúma, na Zona Norte. O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios (DH).

 G1

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