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GOVERNO E OPOSIÇÃO

Tumulto e pressão no Parlamento agrava crise na Venezuela

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publicado em 24/10/2016 às 10h43
atualizado em 24/10/2016 às 07h44

A Assembleia Nacional da Venezuela, liderada pela oposição, fez pressão em uma sessão tumultuada no domingo (23) para que Nicolás Maduro seja julgado por violar a democracia. O incidente aconteceu dias após autoridades terem interrompido um referendo revogatório contra o presidente de esquerda.

A medida não deve avançar, já que o governo e a Suprema Corte têm minado sistematicamente a legislatura afirmando que esta será ilegítima até remover três parlamentares acusados de compra de votos. Mas o gesto marcou uma nova escalada nas tensões políticas na nação em crise da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

“É um julgamento político e legal contra o presidente Nicolás Maduro para ver que responsabilidade ele tem na ruptura constitucional que quebrou a democracia, os direitos humanos e o futuro do país”, disse o líder da maioria opositora, Julio Borges, durante uma sessão especial do Congresso.

A sessão foi interrompida brevemente quando cerca de 100 manifestantes aparentemente pró-governo invadiram o local com cartazes do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e gritando “A Assembleia vai cair!” antes de serem escoltados para fora por funcionários.

Parlamentares opositores disseram que pessoas ficaram feridas e tuitaram fotos de dois homens recebendo atendimento depois de terem sido supostamente golpeados na cabeça. Também houve relatos de que alguns jornalistas tiveram suas câmeras e coletes de proteção roubados.

“O Partido Socialista está mostrando o que deixou. Não há ideias ou argumentos, só violência!”, disse o líder opositor e duas vezes candidato presidencial Henrique Capriles.

A coalizão de oposição, que almeja pôr fim a 17 anos de socialismo no país sulamericano, disse que a suspensão da segunda etapa de uma coleta de assinaturas para um plebiscito contra Maduro, ocorrida na quinta-feira, mostra que a Venezuela abandonou a democracia.

Autoridades do partido governista acusam a oposição de fraudar a primeira coleta de assinaturas e dizem que a coalizão está tentando dar um golpe de Estado para obter o controle das reservas de petróleo da Venezuela.

G1

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