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Vendedor de armas usadas em Paris se entrega na Bélgica

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publicado em 15/01/2015 às 10h46

O traficante das armas utilizadas no ataque terrorista contra a revista Charlie Hebdo, de Paris, se entregou na terça-feira à polícia federal belga da cidade de Charleroi, no sul do país. Os jornais belgas regionais La Meuse e La Nouvelle Gazette revelaram na noite de ontem que o traficante se chama Neetin Karasular, "um conhecido delinquente de Charleroi". Por enquanto, o Ministério Público apenas confirma que Karasular é acusado de tráfico de armas e permanece detido.

Segundo a imprensa belga, Karasular se apresentou à polícia arrependido por ter entregado várias armas ao terrorista Amédy Coulibaly, responsável pelo ataque ao supermercado Hiper Kosher em Paris. O jornal Le Soir detalha que o traficante não sabia que as armas seriam usadas em um ataque terrorista e, "com medo das investigações" preferiu se entregar de uma vez às autoridades belgas.

O traficante teria contado à polícia belga que esteve em contato com Coulibaly na semana passada e recebeu um automóvel Mini Cooper do terrorista francês como pagamento pelas armas e munição, entre elas uma dúzia de fuzis Kalashnikovs, 25 pistolas e 30 quilos de explosivo C4. As armas teriam sido entregues em Gare du Midi, estação de trem ao sul de Bruxelas, incluindo o fuzil Skorpion usado por Coulibaly, o lançador de granadas e os fuzis Kalashnikovs usados pelos irmãos Said e Chérif Kouachi para matar os caricaturistas da Charlie Hebdo.

Na casa do traficante em Charleroi, os policiais encontraram documentos relativos à transação de Karasular com Coulibaly sobre a aquisição do veículo. De acordo com o site francês Mediapart, uma nota manuscrita teria sido encontrada na casa de um membro da célula terrorista: "Precisamos de dois Kalashes, de dois calibres, dez granadas. Tenta fazer o mais rápido possível, porque a gente precisa. É com você falar com o irmão que vende as armas. Meu irmão não conhece nada, então negocia um preço baixo".

O especialista em defesa do site Bruxelles2 e auditor do Instituto de Altos Estudos da Defesa Nacional (IHEDN), Nicolas Gros-Verheyde, afirma que "não é de hoje" que a Bélgica serve de território para a compra de armamentos. "Na década de 1990, a polícia belga desbaratou células logísticas do Grupo Islâmico Armado (GIA), indiretamente ligado a Coulibaly –encarregado de conseguir militantes para o GIA e comprar armas e equipamentos", recorda.

Terra

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