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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

A hipocrisia no debate da PEC 241

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publicado em 19/10/2016 às 11h37
atualizado em 20/10/2016 às 21h35
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Ressaca do Impeachment: reações à PEC 241; cega-se para a razão e apega-se ao maniqueísmo

É preciso tirar o chapéu. Os partidos ditos de esquerda são competentes em matéria de contrapropaganda, com destaque para atuação nas redes sociais. É uma ação, frequentemente, bem articulada, tipo guerrilha, que consegue lá seus efeitos, como o de manter acesa o tolo maniqueísmo dos “nós contra eles”.

Um bom exemplo é o debate da PEC 241, rápida e habilmente batizada de PEC da Maldade, para o PT e PC do B, ou PEC do Fim do Mundo, para o PSOL. Velozes no gatilho trataram logo de carimbar a medida que fixa teto de gastos no orçamento pelos próximos 20 anos, condicionando reajustes aos patamares da inflação.

Os seus combatentes pegaram um bom mote e desviaram o foco principal da PEC ao venderem para a opinião pública que a proposta freará investimentos em políticas públicas de saúde e educação. Um discurso falso, mas atraente e que gera preocupação nos mais desavisados.

Esquecem os pregadores do apocalipse que foi exatamente no governo impichado que, ao invés de congelamento, houve cortes e contingenciamento dos orçamentos de saúde e educação. Programas como o FIES e o Pronatec foram praticamente desativados, apesar de terem sido carros chefes da propaganda da reeleição de Dilma Rousseff.

Recursos da Saúde foram regiamente cortados e arriscaram até o funcionamento de serviços básicos, como o PSF, segundo relatos de prefeitos. Sem falar na queda das receitas, da crise econômica e no desastre do desemprego de 12 milhões de brasileiros.

Por que? Porque simplesmente a conta não fechava e o vermelho vem deixando há tempos o azul na lona. O governo perdeu totalmente o controle fiscal do Brasil e o rombo nas nossas finanças ultrapassou R$ 115 bilhões em 2015. Se nada for feito, a tendência é o venezuelamento.

Só agora (ontem), no governo do ‘golpista’ Michel Temer, ex-vice de Dilma, e, portanto, herança do PT para a Nação, foi aprovado crédito suplementar para recuperar o programa de financiamento estudantil para alunos de baixa renda.

Ao contrário do que se prega, a PEC é um remédio amargo para um paciente na UTI, em se tratando de equilíbrio fiscal. Com todas as suas controvérsias e críticas, é uma forma de reajustar a máquina, cuja capacidade foi estuprada pelo descompasso entre gastos e receitas, e garantir, gradativamente, duas questões fundamentais: credibilidade e lastro seguro para manutenção e execução de políticas sociais.

Fora o confronto histérico, estéril e maniqueísta, fica a histórica lição de que o orçamento público não é um saco sem fundo. Políticas públicas são necessárias, bem vindas, mas acompanhadas de planejamento fiscal e orçamentários que lhes emprestem vitalidade e longevidade. Para que não sejam apenas gambiarras de reeleições ao preço do desmantelo econômico que penaliza a todos e todas. De esquerda, de centro e de direita.

Continua…
Um dia depois do bizarro recuo do vereador Renato Martins (PSB), a ré ainda ganhou destaque noutro plenário; o da Assembleia.

…Rendendo
Lá, as insinuações do parlamentar socialista mereceram censura dos líderes da oposição, Renato Gadelha, e do governo, Hervázio Bezerra.

diego-tavares-1Homem de confiança
Nas andanças nos ministérios e reuniões com ministros e deputados nos corredores de Brasília, esta semana, o prefeito Luciano Cartaxo (PSD) levou a tiracolo, para todos os encontros, o secretário Diego Tavares (SD-foto). Forte antes e durante a campanha, Diego saiu ainda maior depois das urnas.

Preço do primeiro lugarleo Bezerra
Na luta por uma vaga na Câmara da Capital, o vereador eleito Léo Bezerra (PSB-foto) participava de pequenas e médias reuniões das 8h da manhã às duas da madrugada. Dividia e se revezava esse ritmo insano com o pai, Hervázio, o tio, Odon, a esposa, e a mãe. Nessa pisada, perdeu 11 quilos e no final da campanha quase não era reconhecido pelos eleitores que confrontavam sua imagem com a do santinho feito no começo da eleição.

BRASAS
*Preparativos – Os onze vereadores eleitos pela Oposição em João Pessoa devem se reunir ainda esta semana para encaminhamentos sobre a eleição da Mesa.

*Estratégia – O grupo está inclinado a lançar um nome e deixar de ser refém do confronto entre os candidatos governistas.

*Divisão do bolo – Há quem suspeite nos bastidores de que a “disputa” entre os vereadores Marcos Vinicius (PSDB) e Durval Ferreira (PP) é combinada.

*Previsões – No governo e no PSB, admite-se que o presidente da Assembleia, Adriano Galdino, não coma o mesmo milho girassol no São João de 2018.

*Mestrado – Com diploma na mão de Mestre pela Universidade de Coimbra, o deputado Pedro Cunha Lima é só sorrisos… E alívio.

*Encaminhamentos – Procurador-geral do Estado, Bertrand Ásfora vai marcar segunda-feira reunião com o Comitê da Crise Hídrica para avaliar providências, após a visita à Brasília.

FALA CANDINHA!
E os russos?
De Dona Candinha sobre articulações e teses socialistas para 2018: “Estão esquecendo de combinar com os… Feliciano”.

PONTO DE INTERROGAÇÃO
O que terá convencido o vereador Renato Martins a recuar de sua fúria?

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“Não tem meio termo”. Da ex-vereadora Paula Frassinete (PSB-foto), para quem nenhum artifício ou tecnologia diminui os maus tratos nas vaquejadas.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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