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'ficou famosa'

Mulher que acertou chinelada em Eduardo Cunha ‘mora’ no aeroporto

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publicado em 14/10/2016 às 11h56

A cena tem sido comum: Eduardo Cunha aparece em local público e é hostilizado. Nesta semana, porém, a situação foi além. Uma senhora, ao notar a presença do ex-deputado no Aeroporto Santos Dumont, no Rio, na última quarta-feira, foi atrás dele e o acertou com um chinelo. A agressão foi filmada e viralizou na internet.

Nesta quinta-feira, o EXTRA a localizou no aeroporto. Sem querer se identificar, pediu para ser chamada de Tereza Batista Cansada de Guerra. Ela conta que não imaginava que ficaria “famosa” na internet, e queria apenas expressar indignação.

— Escutei pessoas gritando “ladrão, ladrão” e pensei que fosse um assalto. Fui ver o que era e dei de cara com coisa pior: o “maledeto” — diz.

O xingamento em italiano não é por acaso. Tereza afirma ter nascido na Calábria e vindo para o Brasil aos 12 anos. Hoje, aos 56, se apresenta como professora de História aposentada pelo estado. Também graduada em Antropologia, diz não entender como o povo aceita figuras como Cunha.

— Enquanto eles roubam milhões, faltam saúde, educação e respeito. É muita indolência. Tudo é na base do deixa para lá. Mas eu sou carcamana e não aceito. O sangue é quente — afirma.

Moradora de Vassouras, no Sul do estado, está no Rio por questões familiares. Fica de dia no Inca, onde a filha está internada. Ela diz não ter como pagar hotel e, por isso, passa as noites no aeroporto.

 Não queria imaginar se Lula passasse aqui’Segundo postagem de Cunha no Twitter, Tereza lidera o mesmo grupo que o atacou na semana passada, também no Santos Dumont.

— Não sou líder de nenhum grupinho. Não sou boa nisso, mas ele viu que sou boa de mira — rebate, aos risos. — Nunca participei de grupos políticos. Só estou fazendo agora o que não fiz na juventude — completa Tereza.

Em sua conta no Twitter, Cunha debochou de quem o hostilizou no Santos Dumont. “Se perderam suas boquinhas, o problema é deles”, afirmou. E segundo a própria Tereza, ele a teria chamado de “petista”. Ela nega qualquer relação com o PT.

— Não queira imaginar se o Lula passasse por aqui. Seria ainda pior. Eu acertaria os colhões dele — garante.

Sem chinelos nas mãos, Tereza atira para todos os lados. Reclama da gestão estadual e do Sistema Único de Saúde (SUS). Vítima de uma doença autoimune, diz gastar toda a aposentadoria com medicamentos.

— Gente como o Cunha pode matar mais com uma caneta do que muitas armas.
G1

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