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“Não sou candidato de partido nenhum”, diz Kalil ao receber apoio do PCdoB

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publicado em 11/10/2016 às 10h31

O candidato à prefeitura de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), postou ontem (10) um vídeo nas redes sociais onde afirma não ser de nenhum partido e diz que está fora da discussão “se é golpista ou não golpista”. A posição foi tomada após o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) anunciar o apoio ao candidato.

Kalil ficou em segundo lugar no primeiro turno da eleição na capital mineira com 26,56% dos votos. Ele disputa o segundo turno com João Leite (PSDB), que obteve 33,4%. O PCdoB indicou a deputada federal Jô Morais como vice na chapa do candidato Reginaldo Lopes (PT). Entre 11 concorrentes ao pleito, o petista terminou na quarta posição com 7,27% da preferência do eleitorado.

Na nota em que anunciou o seu posicionamento no sábado (8), o PCdoB avaliou que “a candidatura conduzida por João Leite é o retrato mais claro das forças mais atrasadas e golpistas de nosso país”. Os comunistas consideraram que o PSDB e partidos aliados fizeram uma oposição inconsequente a Dilma Rousseff e conspiram abertamente contra o governador mineiro Fernando Pimentel (PT).

Reiterando sua opinião de que o impeachment de Dilma Rousseff foi um golpe, o PCdoB disse ainda que caso João Leite seja eleito, “reforçará a onda neoliberal que permeia esse início de governo golpista no Brasil”. Apesar de declarar apoio a Kalil, a legenda destacou que o candidato do PHS “construiu um discurso contra a política no primeiro turno que não ajuda na construção e resistência democrática aos avanços conservadores no Brasil”. Ainda assim, sua vitória pode representar “uma derrota importante a esse conjunto de forças que emergem do golpe”.

Ao postar o vídeo, Kalil escreveu: “Recado para partidos que estão tentando pegar carona na minha campanha. Agora é o PCdoB que resolveu escrever uma cartinha de apoio. Não vem que não tem! (…) Eu não quero saber dessa briga nacional”. Ao aparecer no vídeo, o candidato do PHS reforçou o discurso apartidário que tem adotado em sua campanha: “Eu não sou candidato de partido nenhum. Não coloquem partido no meu peito. Não coloquem estrela no meu peito”.

Voto nulo

Outros dois partidos que disputaram o primeiro turno em Belo Horizonte se posicionaram pelo voto nulo no segundo turno. Na semana passada, o PSTU divulgou uma nota com o seguinte teor: “Entre os dois candidatos, não há diferenças de projetos políticos. É verdade que possuem diferenças de forma, de discurso, mas representam os interesses dos grandes empresários, não da maioria da população. Por isso, não há que se escolher entre um e outro”.

No texto, a legenda diz ainda que a grande marca do processo eleitoral foi a indignação expressa no grande volume de abstenções, votos nulos e brancos. O PSTU concorreu com Vanessa Portugal, que teve 0,44% dos votos, terminando na última posição entre os 11 candidatos.

A coligação formada por PSOL e PCB seguiu a mesma linha e também convocou seus eleitores a votar nulo. “As duas opções João Leite (PSDB) e Alexandre Kalil (PHS) integram o governo golpista e ilegítimo de Michel Temer e estão juntos para atacar o povo brasileiro: as trabalhadoras e os trabalhadores, a população LGBT, a periferia e sua juventude marginalizada, os indígenas e quilombolas”.

Os dois partidos lançaram Maria da Consolação (PSOL) para a prefeitura de Belo Horizonte. Ela obteve 4,11% dos votos, sendo a sexta no pleito. A coligação também teve a vereadora mais votada da capital mineira, Áurea Carolina (PSOL). Será a primeira vez que o PSOL terá representante na Câmara Municipal da cidade.

Outras legendas

A decisão sobre quem apoiar no segundo turno já causou conflitos internos em duas legendas. A direção estadual do PDT em Minas Gerais aprovou na semana passada uma posição em favor de Alexandre Kalil após o candidato do partido Sargento Rodrigues, que obteve 2,88% dos votos, anunciar que vai apoiar João Leite.

O PMDB viveu situação semelhante. O candidato Rodrigo Pacheco e o vice-governador mineiro Antônio Andrade (PMDB) se reuniram com o tucano e acertaram as bases do apoio. Mas posteriormente deputados estaduais da legenda e membros da direção estadual publicaram uma nota afirmando que as instâncias partidárias não foram consultadas e desautorizaram o acordo com João Leite.

Outro candidato derrotado no primeiro turno que defendeu o voto em João Leite é Délio Malheiros (PSD). Sua legenda, no entanto, ainda não se manifestou. Délio ficou em quinto lugar no pleito com 5,45%. Ele era o nome apoiado pelo atual prefeito Márcio Lacerda (PSB), que ainda não se pronunciou sobre o segundo turno.

Agência Brasil

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