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RECLAMAÇÃO

Companhia havaiana provoca polêmica com pesagem de passageiros

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publicado em 06/10/2016 às 14h38
atualizado em 06/10/2016 às 11h39

Em viagens de avião, é comum haver um limite de peso para bagagem a ser respeitado pelos usuários. Mas uma companhia aérea do Havaí está causando polêmica ao exigir não só que as malas passem pela pesagem, mas também os próprios passageiros.

Dois homens de negócios samoanos que viajavam de Honolulu, no Havaí, para a capital da Samoa Americana, Pago-Pago, formalizaram reclamações no Departamento de Transportes dos Estados Unidos pelo fato de terem sido obrigados a subirem em uma balança antes de entrarem no voo.

De acordo com a Rádio Nova Zelândia, eles ficaram revoltados com a Hawaiian Airlines porque não puderam escolher seus próprios assentos no avião – a companhia aérea argumentou ter registrado um aumento na média de peso dos passageiros, e que por isso precisava distribuir a carga “uniformemente” na aeronave.

Um dos autores da reclamação, Avamua Dave Haleck, afirmou que a nova regra é “discriminatória” e é uma injustiça, porque só está sendo aplicada em voos entre Honolulu e a capital da Samoa Americana.

“E, claro, eles estão dizendo que é ‘uma questão de segurança’. Mas então nós estamos voando sem segurança por todos esses anos?”, questionou Haleck à rádio Nova Zelândia.

Obesidade

A companhia aérea Hawaiian Airlines costuma operar aviões do modelo Boeing 767-300 que, segundo a rádio, têm capacidade de transportar 269 pessoas confortavelmente por uma média de 11.090 km – mais do que o dobro da distância entre Honolulu e Pago-Pago (4.176 km).

Em meio à polêmica, houve diversas críticas à empresa, que estaria tomando essa atitude de pesar os passageiros porque a Samoa Americana, que é território dos EUA, está entre os locais com maior taxa de obesos no mundo inteiro.

A obesidade é considerada um problema em proporções de epidemia nas ilhas do Pacífico – principalmente por causa do costume dos moradores de consumir comida fast-food barata e importada.

Um em cada três samoanos sofre de diabetes tipo 2 como reflexo dos hábitos alimentares, segundo reportou uma rádio local no início deste ano.

Já a companhia aérea afirma ter feito uma pesquisa de segurança que obrigou a empresa a “gerenciar a distribuição de peso na aeronave”.

“Os resultados dessa pesquisa confirmaram que o peso da cabine da nossa aeronave era maior do que o projetado. Isso nos obriga a gerenciar a distribuição de peso pela aeronave em cada corredor e nós escolhemos fazer isso garantindo que um assento em cada corredor fique vazio ou seja ocupado por uma criança abaixo de 13 anos”, explicou a empresa.

“A decisão de definir os assentos no aeroporto foi feita porque essa é a maneira mais eficiente de gerenciar a distribuição de peso pelo avião. Isso nos permite garantir que famílias e crianças possam sentar juntas, por exemplo, e minimiza a confusão criada quando se tenta trocar assentos já pré-selecionados.”

O Departamento de Transporte dos Estados Unidos afirmou que está investigando as reclamações contra a Hawaiian Airlines.

BBC

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