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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

As carreatas e o festival de abusos

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publicado em 31/08/2016 às 13h16
atualizado em 31/08/2016 às 10h21
carreata

O volume de carros como expressão do transtorno de muitos em nome da satisfação de poucos

Dentre os pecados da nova legislação eleitoral está a omissão sobre realização de carreatas, uma ferramenta dispendiosa e ultrapassada de campanha. Tanto que na maioria dos municípios os próprios candidatos estão abdicando delas.

Para começar, só faz carreata candidaturas com força econômica e dinheiro para bancar seus astronômicos custos. Candidatos pouco remediados sequer conseguem juntar uma modesta fila de carro para sair pela cidade buzinando e marcando presença.

A manifestação serviu a um outro tempo de política, onde se vencia e impressionava as pessoas pelo volume de veículos, ainda que fossem de outras cidades ou custeados de forma clandestina.

A eleição e o eleitor mudaram. Esse tipo de prática não conquista um voto sequer e quem dela participa já é eleitor da candidatura que a promove. Pelo menos, em tese.

Se fossem apenas os transtornos que elas causam, detonando o fluxo das ruas e atrapalhando a vida das pessoas, e, portanto, atraindo antipatia do eleitor neutro ou menos engajado, a carreata se configura num festival de infrações .

A começar pela forma que o candidato e seus cabos eleitorais são carregados. O código de trânsito proíbe terminantemente o transporte de passageiros em cima de carros abertos. Se o cidadão não pode, o candidato, o político, também não.

Não dá pra falar em mudanças de práticas se valendo de um mecanismo de campanha que é a tradução flagrante, e a luz do dia, da transgressão.

Tentativa…
Em João Pessoa, a juíza da propaganda de rua, Agamenildes Arruda, até tentou consenso para o fim das carreatas.

Em vão
Apesar do apelo, não houve acordo e a realização de carreata continuou possível, como permite a legislação.

Sinal…
O episódio envolvendo militantes e um fiscal da Justiça Eleitoral, no fim de semana, provam a inviabilidade.

…Ruim
Sem efetivo suficiente, a Justiça não tem como fiscalizar e, sem proteção suficiente a confrontos, o eleitor suscetível.

agamenildeJuíza insiste no convencimento
Palavra da juíza Agamenildes Arruda: “O Código de Trânsito já proíbe a circulação de pessoas em carro em situação de risco, mas nós verificamos que há um costume dos candidatos se apresentarem a população em carro aberto e a legislação prevê que essa apresentação pode ser disciplinada”. Ela deve reunir as coligações para fazer novo apelo.

BRASAS
*Em família – É de autoria dos próprios filhos (Hugo e Igor) a música de campanha de Victor Hugo (PSOL).

*Por trás – Atende pelo nome de Center Filmes (RN) a produção do guia do Professor Charlinton (PT), embora o cérebro inspirador seja paraibano.

*Tira-teima – A TV Arapuan reúne no próximo dia 26 os candidatos a vice-prefeito de João Pessoa num debate, às 21h30.

*Filme de ação – Do jeito que vai, a ruidosa e escaldante eleição de Patos ainda terá fortes emoções.

FALA CANDINHA!
Oh céus
Para Dona Candinha, São Pedro está do lado de Luciano Cartaxo em João Pessoa. Ivete, amiga da velhinha, quis saber o motivo. E ela respondeu no seco: “Porque, sem chuva fortes, acabou a pescaria na Padre Azevedo”.

PONTO DE INTERROGAÇÃO
No Senado, Deca vai atuar no varejo ou no atacado?

PINGO QUENTE
“Votar contra o impeachment seria perdoar erros”. Do senador Cristovam Buarque (PPS).

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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