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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

O silêncio que fala

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publicado em 18/07/2016 às 10h51
atualizado em 09/10/2017 às 07h58
robertaabath

Roberta Abath, secretária de Saúde do Estado: econômica nas palavras, intensa na dedicação das ações

Roberta Abath, a secretária de Saúde da Paraíba, evita ao máximo entrevistas. Isso para os jornalistas, feito eu, é péssimo. Ruim porque precisamos de palavras para dar forma ao conteúdo do nosso trabalho de informar ao público e, especialmente, gerar audiência. E saúde pública dá ‘ibope’.

Econômica no verbo, ela liderou por duas semanas e concluiu nesse o projeto da Caravana do Coração, um esforço concentrado de equipes multidisciplinares formada por estudiosos e especialistas do mundo inteiro, para atendimento a gestantes e recém-nascidos. Gente pobre que jamais teria esse direito e ‘privilégio’ se tivesse que arcar com os custos.

A Caravana vez sua última parada em Itabaiana, depois de Monteiro, Princesa, Itaporanga, Cajazeiras, Sousa, Catolé do Rocha, Pombal, Patos, Picuí, Esperança, Guarabira e Mamanguape. Por onde passou deixou respeito e cidadania e levou grandes experiências, aprendizado e subsídio para pesquisas.

Pouca gente sabe, mas geneticistas, infectologistas, cardiologistas, enfermeiros, terapeutas, e tantos outros profissionais de múltiplas nacionalidades, igualmente reverenciados em seus países de origem, participam desse trabalho, possível graças à interlocução da secretária, que deflagrou esse processo quando da sua participação em Londres de um Congresso Internacional apresentou a experiência paraibana. Não por acaso, a BBC se interessou pelo trabalho e acompanhou tudo para produzir um documentário.

Pela dimensão do que representa para a comunidade científica internacional, a presença desses profissionais na Paraíba não se mede. Tem um significado e representação muito maior do que se possa calcular e vai muito além do nosso tamanho e envergadura no mapa brasileiro. A pequena Paraíba mostra-se grande.

Nos bastidores desse trabalho, muita gente testemunha a simplicidade pedagógica da secretária. Técnicas em enfermagem, por exemplo, se surpreendem quando assistem Roberta pegar uma vassoura e despojadamente varrer a dependência do Hospital Regional de Cajazeiras que seria usada para atendimento das crianças e gestantes. São muitas as vezes que ela se emociona e chora durante visitas a unidades e em inaugurações de novos serviços.

Ao invés de ficar no seu gabinete na semana ou em casa no fim de semana, ela faz questão de ir com a equipe no ônibus da Caravana. Lá, exercitou duas vocações: a devoção pelo exercício da Medicina e o seu latente instinto materno. Em Sousa, enquanto a coordenadora da caravana Sandra Matos se desdobrava nas atividades, Roberta cuidava de um adolescente de 13 anos, filho da colega, levando-o para almoço, cercado de atenções, como se seu fosse.

Por acaso, encontrei a secretária num desses momentos num restaurante na Cidade Sorriso. Num canto de parede, quase anônima, ela e um menino ruivo e de olhos já brilhantes pela profissão da mãe, davam uma pausa para uma refeição meio corrida.

Nas poucas palavras que consegui arrancar-lhe, depois de meia hora ‘atrapalhando’ seu almoço, tentando entender mais sobre a Caravana do Coração e seu alcance, Roberta Abath, que ouviu e respondeu a questionamentos entre uma garfada e outra, verbalizou uma frase que vale pelas duzentas pautas que já evitou: “Eu trabalho no silêncio pra poder falar mais alto”. O suficiente para entender sua filosofia de vida também resumida numa curta expressão: “O grau máximo da sabedoria é a simplicidade”.

Nada mais disse. Nada mais perguntei. Nem precisou. Compreendi que o jornalismo pode até ter perdido uma entrevistada com potencial de gerar notícia, mas a Saúde ganhou uma técnica cujo compromisso humano fala mais forte do que qualquer manchete.

Fim de…
No PMDB de João Pessoa só reside uma dúvida apenas quanto aos rumos do partido na eleição deste ano.

…Linha
Se o deputado Manoel Júnior topa ser vice de Luciano Cartaxo (PSD) ou se transferirá para as mãos da sigla às novas articulações.

VenezianoDuas opções na mesa
O deputado Veneziano Vital (PMDB-foto) não quer esperar pelas convenções para definir seu candidato a vice na eleição de Campina Grande. Ele prospecta o nome em duas legendas: o PP ou o DEM. Do primeiro, espera uma indicação. Do segundo, busca-se do presidente estadual, Efraim Morais, referendo ao empresário Felipe Gaudêncio.

BRASAS
*Revide – A presidente estadual do PT, Giucélia Figueiredo, não gostou nadinha da provocação do deputado Efraim Filho.

*Estigma – À MaisTV, Efraim projetou que vai “ser difícil fazer campanha com a estrela vermelha no peito”.

*Orgulho – “A estrela do PT nunca será um peso, representa a nossa luta”, rebateu Giucélia.

*Cara a cara – Desafetos no Valentina, os vereadores Marmuthe e Sérgio da Sac quase se esbarram esses dias nos corredores da Secretaria de Saúde.

*Perdão – Durou somente uma noite a revolta do vereador Djanilson Fonseca (PR) com o ‘bolo’ de Cida Ramos (PSB) no jantar do PR.

FALA CANDINHA!
Machista
Dona Candinha mandou uma carta para o presidente interino Michel Temer com uma receita para aumentar a popularidade dele, ainda sofrível: “Apareça mais com a primeira-dama”, sugeriu.

PONTO DE INTERROGAÇÃO
Tal qual 2014, o PMDB vai deixar para se definir somente no dia da convenção?

Victor HugoPINGO QUENTE
“Não dependemos de conchavos”. Do pré-candidato a prefeito do PSOL, Victor Hugo (foto).

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