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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

A revanche em Sousa

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publicado em 11/07/2016 às 08h47
atualizado em 11/07/2016 às 05h55
andretyrone

Eleição servirá de tira-teima para confrontar forças de André e Tyrone

Reunir os vários segmentos e pré-candidaturas era um grande desafio para a oposição em Sousa, obstáculo superado ontem com o lançamento uníssono do nome do ex-prefeito Fábio Tyrone, do PSB, resultado da interlocução do governador Ricardo Coutinho.

A divisão beneficiava claramente a reeleição do prefeito André Gadelha (PMDB), que até então assistia a disputa de poder e repetidas declarações do empresário Zenildo Oliveira (PSD) afastando qualquer possibilidade de retirar sua pré-candidatura, principalmente em favor de Tyrone, com quem tinha até pouco tempo profundas divergências de ordem paroquial.

Com a superação das desavenças, o quadro político de Sousa, no dia em que se comemorou sua emancipação, ficou mais claro e definido: a velha polarização de sempre prevalecerá e a oposição parte unidade no projeto de arrebatar o poder das mãos do clã Gadelha.

A eleição promete ser dura. André descuidou nos seus primeiros três anos da comunicação do seu governo e enfrenta nítidos desgastes, embora tenha um acervo importante de obras para mostrar. Paralelamente, o prefeito guarda uma imagem pessoal positiva, é acessível, carismático e gosta de povo.

Apesar de ser entre os nomes da oposição o detentor da maior densidade eleitoral, Tyrone enfrenta problemas e pontos negativos, a começar de sua conturbada vida pessoal, marcada por arroubos, envolvimentos em cenas policiais, processos na Lei Maria da Penha, ordem de despejos contra empresas, além de condenação recente por sua passagem na Prefeitura.

Outro fator a pesar contra foi sua decisão de declinar da reeleição em 2012 para ‘cuidar dos negócios e da família’, uma renúncia mal explicada para um líder político comprometido com sua gente e com um projeto administrativo. Jogou de última hora a batata quente para o deputado Lindolfo Pires e contribuiu para a derrota do seu grupo.

Por esse ângulo, Zenildo poderia ser um candidato que partiria com menos intenção de votos, mas amparado em baixa rejeição e perspectivas de crescimento. A oposição de Sousa esqueceu a lição de 2008, quando João Estrela era disparado o nome mais capilarizado, mas o próprio Tyrone, novidade no processo, se apresentava mais consistente. O tempo mostrou a razão em forma de vitória.

Nos números frios, Fábio é um candidato forte. No aspecto conceitual, frágil. Mas a peleja em Sousa é sempre renhida e brigada até o último minuto do segundo tempo. E dessa vez guardará um capítulo especial. Será a oportunidade de revanche de André Gadelha contra quem lhe derrotou em 2008 e de Tyrone provar que não correu com medo em 2012.

União de…
“Muito mais importante foi o sentimento que levou a essa construção: a unidade”, destacou o governador Ricardo Coutinho.

…Forças
Coutinho reconheceu a legitimidade de Zé Célio (PPS) e Zenildo: “O importante foi que todos pensaram na cidade e no seu povo”.

Formação da…
Depois de inaugurações e festa em praça pública na emancipação, André Gadelha agora estuda sua articulação para enfrentar a oposição.

…Chapa
À Coluna, Gadelha confessou indefinição sobre seu vice. Tem opções caseiras e estuda um nome ligado à saúde.

MaranhãoAliança a conta gotas
“Conversa que tem evoluído, mas por enquanto não conclusiva”. A definição é de fonte do PMDB sobre a última tratativa de aliança entre o prefeito Luciano Cartaxo (PSD) e o senador José Maranhão (foto), na casa do peemedebista, em João Pessoa, no fim de semana. Qualquer passo só avança após a desistência de Manoel Júnior. Se houver e quando houver, a direção estadual toma as rédeas e escolhe o Plano B.

BRASAS

*Dissidência – Ricardo Marcelo (PMDB) não concorda com a retirada de candidatura de Manoel Júnior para apoio a Luciano Cartaxo.

*Rasgando a seda – Ricardo Coutinho não poupou elogios a Fábio Tyrone durante o ato de lançamento. Chamou o ex-prefeito até de “meu mestre”.

*Apagar das luzes – Novo prefeito de Marizópolis, José Lins (PSDB) acusa o ex-Zé Vieira (PTN) de transferências ilegais de recursos mesmo após notificação do seu afastamento.

*Lupa – O deputado Wellington Roberto (PR) se debruça e articula sobre a realidade de cada município de sua base.

*Aquecimento – O senador Raimundo Lira (PMDB) se movimenta para criar estratégias de fortalecimento de sua imagem.

*Na Justiça – O ex-deputado Gilvan Freire não recuou um milímetro do processo em que responde por ter chamado o governador de “psicopata”.

FALA CANDINHA!
UFC sertanejo
De dona Candinha sobre presumida disputa acirrada em Sousa: “Na Cidade Sorriso vai ter muita cara feia”.

PONTO DE INTERROGAÇÃO
Por que Jarques Lúcio (DEM), candidato da oposição, esconde Márcio Roberto (PMDB) da campanha em São Bento?

Dom AldoPINGO QUENTE
“Eu não tenho tempo pra pecar”. Do ex-arcebispo da Paraíba, dom Aldo Pagotto (foto), negando à Revista Veja atos de homossexualismo e participação em orgias.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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