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Investigação

Polícia tem 5º suspeito de estupro coletivo de adolescente no Rio

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publicado em 10/06/2016 às 08h51

A Polícia Civil suspeita que um quinto criminoso pode ter participado do estupro coletivo de uma jovem de 16 anos ocorrido mês passado em uma favela na zona oeste do Rio de Janeiro. Segundo a delegada Cristiana Bento, da DCAV (Delegacia da Criança e Adolescente Vítima), que conduz a investigação, o novo suspeito é traficante no Morro da Barão, onde a vítima foi violentada. Cristiana não quis detalhar a participação do quinto suspeito no crime.

A delegada já considera como envolvidos no estupro Raí, preso desde o dia 30; Raphael Assis Duarte Belo, que fez uma selfie com a jovem nua e desacordada, também preso; o traficante apelidado de Perninha, que teria feito os vídeos; e Moisés de Lucena, o Canário, também vinculado ao tráfico na favela. Também é acusado Sérgio Luiz da Silva Júnior, o Da Russa, chefe do tráfico no Morro do Barão. Já teve a prisão decretada e está foragido.

Cristiana descartou a participação de Marcelo Miranda da Cruz Correa e Michel Brasil da Silva no estupro. Com as prisões decretadas, os dois estão foragidos por serem suspeitos de ter divulgado nas redes sociais os vídeos em que a adolescente é agredida sexualmente.

O jogador de futebol Lucas Perdomo, que chegou a ser preso no dia 30, foi solto há uma semana por não haver provas de que esteve presente no momento do estupro.

Na quinta-feira (9), a equipe da delegada esteve nos dois pontos onde a jovem passou no fim de semana do crime. O primeiro é conhecido como “cafofo”. O outro, “abatedouro”. A vítima esteve no cafofo com Raí de Souza, 22, Lucas Perdomo, 20, e Joyce, 18. Ela relatou em depoimento ter acordado em outra casa, o abatedouro.

O cafofo fica a 15 metros do local do baile funk onde a adolescente esteve na noite de 20 de maio. A festa é chamada na favela de Baile da Assembleia, por ocorrer ao lado de uma sede da Assembleia de Deus. O abatedouro fica a 90 metros do cafofo. Segundo a delegada, foi constatado que um homem, sozinho, não teria condições de carregar a vítima para a segunda casa se ela estivesse desacordada.

“O primeiro local fica na parte mais baixa do morro. O abatedouro fica no topo, perto da mata e na frente do QG do tráfico. Como há muitas escadas e o local é estreito, uma pessoa só não conseguiria carregá-la. Ou ela foi levada por mais pessoas ou foi andando, embriagada. Estamos investigando ainda.”

A delegada contou que os dois imóveis são sujos, com lixo acumulado, e abandonados. Ambos são frequentados por traficantes. Os investigadores concluíram que o abatedouro não tinha capacidade de comportar 30 pessoas, como acusou a vítima em depoimentos.

Videoconferência

A delegada pretende ouvir novamente a menina, por videoconferência, já que ela está em programa de proteção federal, fora do Rio.

A delegada questionará a jovem sobre as contradições em seus dois depoimentos. No primeiro, ao delegado Alexandre Thiers, então na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, a vítima disse que foi estuprada por 33 traficantes armados. Em segundo depoimento, já na DCAV, ela não foi tão específica quanto ao número de agressores. Outra dúvida é quanto à informação de que esteve desacordada da manhã de sábado até domingo. A polícia suspeita que a versão é falsa.

O Estado de S. Paulo

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