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ELEIÇÕES 2014

Aécio e Eduardo Campos correm em busca do apoio de Joaquim Barbosa

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publicado em 30/05/2014 às 10h11

Mal Joaquim Barbosa anunciou sua aposentadoria e, consequentemente, a saída do Supremo Tribunal Federal (STF), os candidatos de oposição ao Palácio do Planalto se apressaram em tentar atrair o ministro para suas campanhas. O mais enfático foi o candidato do PSB à Presidência, o ex-governador Eduardo Campos.

Sem meias palavras, Campos afirmou que, caso Barbosa pense em se filiar em algum partido, eles terão amigos em comum que haverão de aproximá-lo do PSB. “Qual é o partido que não gostaria de ter um quadro como Joaquim Barbosa filiado?”, perguntou o ex-governador. “Tenho certeza de que todos os partidos no Brasil que prezam a Justiça, que prezam a democracia, gostariam de ter em suas fileiras um brasileiro que tem a biografia, a história de vida do ministro Joaquim Barbosa”, disse.

Cauteloso, Campos argumentou que o presidente do Supremo ainda está no exercício do cargo de ministro e, portanto, em uma “função que é incompatível com a filiação partidária”. “No dia em que ele deixar o Tribunal, a partir do dia seguinte é que começa a possibilidade de se conversar. Porque, fora disso, passa a ser um desrespeito à Suprema Corte e ao próprio ministro Joaquim Barbosa”, disse Campos. Mas ele ressaltou que até agora o ministro não anunciou o desejo de se filiar a nenhuma legenda.

Em visita a Aparecida, em São Paulo, o senador tucano e presidenciável Aécio Neves foi mais comedido ao lamentar a saída de Barbosa do Supremo. Para ele, o ministro fez “muito bem à Justiça” do Brasil. “É um homem que o Brasil aprendeu a respeitar. Íntegro, honrado e que fez muito bem para a Justiça brasileira”, disse Aécio Neves.

Joaquim Barbosa surpreende e anuncia sua saída do STF

Onze anos após ter assumido uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), por indicação do então presidente Lula, o ministro Joaquim Barbosa surpreendeu ontem ao anunciar que vai se aposentar no mês que vem. Com sua saída, a Alta Corte passará a ser presidida pelo ministro Ricardo Lewandowski, hoje vice-presidente e desafeto de Barbosa, com quem protagonizou violentos embates no julgamento do Mensalão. Um dos cotados para ocupar a vaga é o atual ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, do PT.

Primeiro negro a chefiar o Supremo, Barbosa garantiu que não pretende se envolver com política. Na fala curta e objetiva em que formalizou ontem à tarde seu desligamento do Tribunal, Barbosa se disse “deveras honrado” por integrar a Corte máxima de Justiça do país e citou o Mensalão, que culminou com a condenação de 25 envolvidos, entre políticos, assessores legislativos e empresários, como seu “maior feito” no Supremo.

Mais tarde, em entrevista, ele reconheceu que o assunto Mensalão “está completamente superado”. “Sai da minha vida a ação penal 470 e espero que saia da vida de vocês. Chega desse assunto”, disse o ministro.

Ao explicar que decidiu deixar a Corte por “livre arbítrio”, Barbosa defendeu mandato de 12 anos para os ministros do Tribunal. Citou como seus “planos imediatos” ver a Copa do Mundo e descansar. Não descartou, no entanto, dar palestras.

Polêmico e considerado histriônico pelos inimigos, o jurista chegou a ter o nome cogitado para disputar a Presidência da República. Afinal, ganhou fama e renome internacional com o julgamento do Mensalão.

Mas, segundo ministros do Supremo, ele não pode mais se candidatar este ano. Para isso, teria que ter deixado o cargo com pelo menos seis meses de antecedência. “Ele teria que ter se desincompatibilizado até 4 de abril. Parece que o cavalo passou encilhado, e ele não colocou o pé no estribo. Não dá mais. Agora, ele está inelegível”, afirmou o ministro Marco Aurélio Mello.

Barbosa começou ontem pela manhã sua peregrinação por gabinetes para comunicar sua aposentadoria. Primeiro, visitou a presidenta Dilma. Depois, encontrou-se com os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Coube a Renan anunciar a aposentadoria do ministro. Aos 59 anos, Barbosa deixaria a presidência do STF em novembro.

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