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Por amor à democracia

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publicado em 16/04/2016 às 15h30

George Bernard Shaw foi um pensador profundamente pessimista com relação à política. Jornalista e escritor irlandês, parecia ter sempre um pé atrás com relação aos políticos e ao sistema democrático.

Dizia ele que a democracia é apenas a substituição de alguns corruptos por muitos incompetentes. Faz sentido. Parece-me, todavia, que – no Brasil e neste momento – há uma inversão nesta troca.

Neste domingo, uma pá de corruptos quer tirar do poder uma gestora pouco competente. Neste domingo, uma pá de políticos investigados pela Justiça quer tirar do poder uma gestora, transformando sua incompetência em crime de responsabilidade.

Políticos incompetentes não me agradam, mas políticos corruptos me agradam muito menos! E o que corruptos (alguns deles já condenados pela Justiça) estão fazendo neste domingo? Estão encenando na Câmara Federal o último ato de um golpe…

Este é um domingo para esquecer. Na feira e na construção não tem mais brincadeira. Sobra confusão… Mas, permanece a confusão. Invertendo novamente a ordem da frase de Shaw, lamento que a democracia brasileira seja apenas a substituição de alguns incompetentes por muitos corruptos.

Ainda tenho esperança de que a base do governo petista consiga os necessários 172 votos e o ‘impeachment’ não seja aprovado. Permanecerá uma gestão em cacarecos, claro. Mas, esse é apenas um ‘detalhe’ (perto do grande problema que significará a ausência de governabilidade).

Não sou petista. Estou certo, porém, de que mais importante do que defender a presidente Dilma Rousseff ou o seu impedimento é defender a democracia. E estou certo de que a votação deste domingo não rima com democracia.

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