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Sobre jornais e outros defuntos

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publicado em 09/04/2016 às 18h05

Saudade do que não foi, mas poderia ter sido… Parte dessa máxima do sebastianismo iugoslavo define meu sentimento de tristeza e impotência com relação ao fechamento de mais um jornal no Estado. Cento e vinte demitidos…

Passei por todos os grandes jornais de minha época… menos pelo Jornal da Paraíba. É bem verdade que recebi ‘convite’, quando à frente do jornal estava a queridíssima e talentosa Angélica Lúcio, mas a paquera nunca virou namoro…

Sempre fui muito fiel ao jornal Correio da Paraíba, mas preciso admitir que – em 2005 –tive um desejo quase incontrolável de mudar de casa e encontrar abrigo no Jornal da Paraíba… Motivos?!?! Três:  André Cananéa. Astier Basílio. E Renato Félix.

Esse trio alavancou o caderno de cultura do JP, o Vida & Arte. Não me levem a mal, mas desejei intensamente ser o quarto mosqueteiro daquele caderno (embora pense que eu seria mesmo era o quarto cavaleiro do apocalipse).

Assim, o jornal que nunca me apeteceu pôs-me a babar, por causa daquele trio. Muitos anos mais tarde, tive o prazer de trabalhar com dois deles, Astier Basílio e Renato Félix, no caderno de Cultura do jornal Correio da Paraíba, onde integrei o conselho editorial por quase duas décadas… E meu desejo defuntou-se…

Iniciei minha carreira no jornal O Norte e chorei ao saber do fim do periódico, dia 1 de fevereiro de 2012. Na última quinta-feira, Dia do Jornalista, o Jornal da Paraíba anunciou seu fechamento após mais de quatro décadas de atividades. Chorei mais uma vez, assim como Renato, Astier e André…

Choro calado de quem vê ídolos tornarem-se defuntos… Choro sentido de quem luta para se adaptar a uma nova realidade de mercado. Choro aturdido de quem morreu um pouquinho com a morte do outro…

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