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De que a UFPB tem fome

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publicado em 07/03/2016 às 15h26

Nove dias em greve de fome. Quatro esquálidos, famélicos e andrajosos. Matheus Presto, Marcos Francisco e Daniel Lima encontraram na fome o seu ponto sinótico. Ao lado de Jonheiny Jeronimo, protestaram contra a falta de comida e abrigo para alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Ocuparam a Reitoria. Fizeram barulho…

Venceram a mesma batalha vencida por muitos na primeira metade da década de 1980, quando outros alunos da UFPB fizeram greve de fome junto ao Restaurante Universitário. Nossos problemas ainda são os mesmos. Aliás, pioraram. Estudantes também tiveram de enfrentar falta de diálogo em meio a uma democracia.

A greve de fome iniciada dia 23 passado é apenas parte da luta que continua. E não há dificuldade em apontar a vilã desse folheto: a inaptidão para o diálogo que acomete a reitora Margareth Diniz. Não conseguiu dialogar com um movimento que tem o apoio de estudantes, professores, ativistas e artistas.

A greve de fome, ainda bem, não foi em vão. Todos os alunos em situação de vulnerabilidade terão direito a refeições a partir desta segunda-feira, dia 7. Todos os processos de alunos inscritos e não beneficiados pelo auxílio-moradia serão revisados. Até quarta, dia 9, nova reunião entre movimento e reitoria será agendada para este mês.

Margareth deu demonstrações de falta de sensibilidade e senso estratégico. Fez pouco caso. Fez ouvido de mercador. Fez-se de morta. Nada fez… Chamada de golpista após reunião do Consuni, garantindo voto a 800 terceirizados do HU e antecipando eleições (ela disputará a reeleição). Pensando bem… a fome que macula a UFPB é outra. É fome de poder…

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