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Cultura de Rouanet…

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publicado em 22/02/2016 às 14h16

O episódio cultural da semana foi a autobiografia abortada de Cláudia Leitte. O projeto chamado ‘Livro Claudia Leitte’ foi aprovado para captar R$ 355,9 mil por intermédio da Lei Rouanet.

O projeto previa a tiragem de 2 mil exemplares de um livro contendo uma entrevista exclusiva da cantora, fotos, letras e partituras da artista, com versões em inglês e português. Previa!!! Porque não vai ter mais livro nenhum…

A notícia sobre a autobiografia rendeu tanta polêmica nas redes sociais que a produtora da cantora resolveu abandonar o projeto (uma maneira de atenuar a imagem negativa gerada na Internet).

Mas, Claudia Leitte não é bem um problema. Eu, particularmente, não gosto nadinha do que ela canta. Isso, todavia, não tem relação alguma com a reprovação do projeto da cantora (que rivaliza com Ivete Sangalo).

Problema mesmo é como a Lei Rouanet é executada. Assim como Cláudia Leitte, muitos outros artistas populares (com talento ou não, mas com viabilidade financeira evidente) foram beneficiados equivocadamente pela legislação.

Maria Bethânia, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Gal Costa já foram beneficiados pela Lei Rouanet. Não deveriam ter sido. A lei nada mais é que uma forma de isenção fiscal (pessoa jurídica 6% e física 4%) para aqueles que “incentivam a cultura”.

Imagino a Lei Rouanet ajudando projetos culturais de artistas de rua, projetos culturais que levem à inclusão social, projetos culturais que não estejam atrelados à indústria cultural e aos interesses dos meios de comunicação de massa.

Repetindo: Cláudia Leitte, tadinha, não representa problema algum. A Lei Rouanet é que precisa ser revista, para que esteja a serviço do fomento daquela produção cultural que tem extrema dificuldade de chegar ao grande público.

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