“Bom dia, motorista!”

Um amigo disse-me estranhar o porquê serem raras as vezes em que o motorista do ônibus (que ele utiliza para o ir e o vir do trabalho) responde ao seu “bom dia”. E ainda me disse que tem tido a vontade de não mais agir com tal elegância.

Neste domingo, dia 27, lendo o Correio em suas páginas de Opinião, chamaram-me atenção, neste particular, dois artigos: o de D. Aldo Pagotto (“Vencer a indiferença, conquistar a paz”) e o de Gilberto Carneiro (“A virtude da tolerância”).

Como a simplificar o que está escrito no primeiro desses dois artigos, destaco que “A paz é fruto de uma cultura de solidariedade”. E no segundo, o destaque que faço é à expressão “Se não estivermos preparados para defender uma sociedade tolerante contra os intolerantes, então os tolerantes serão destruídos”.

Nesse dar e não receber o “bom dia”, lembro-me de um outro amigo, Gonçalo Pontes, que, para casos assim, recomenda que nunca deixemos de fazer a nossa parte, a parte da pessoa elegante, educada, para não passarmos a ser iguais àqueles outros!…

E neste recente final de semana, mais exatamente no sábado 26, um programa de tv, em rede nacional, mostrou uma reportagem com as pessoas entrando em um ônibus do transporte público de São Paulo, tendo o repórter observado que a cada 15 passageiros somente 1 dera “bom dia” ao motorista. E o motorista, simpaticamente, respondeu também com um “bom dia”.

E, ainda sábado, perguntei a dois motoristas daqui se eles não respondem aos “bons dias” que recebem. Esclareceram-me  que realmente são poucos os passageiros que entram dando “bom dia”. E quando acontece a entrada a um mesmo tempo de vários passageiros com essa elegância, esses motoristas, para não terem de ficar repetindo “bom dia”, acenam com a cabeça esse cumprimento de elegância e educação,  como a dizerem “bom dia… e feliz ano novo!”.

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