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Israel rejeita cessar-fogo oferecido por John Kerry e pede mudanças

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publicado em 25/07/2014 às 17h26

O gabinete de segurança do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeitou nesta sexta-feira (25) o cessar-fogo para a Faixa de Gaza proposto pelo secretário de Estado americano, John Kerry, e pediu mudanças no texto.

Segundo a agência Associated Press, a proposta americana pedia uma trégua temporária durante a qual Israel e o Hamas teriam diálogos indiretos sobre o abrandamento do bloqueio nas fronteiras da Faixa de Gaza. O Hamas pede que as fronteiras sejam completamente abertas. O principal motivo da negativa israelense seria que o país teria que interromper a ofensiva que está destruindo os túneis ilegais que ligam Gaza a Israel.

Kerry tem pressionado por uma trégua no conflito de 18 dias entre Israel e o grupo islâmico palestino Hamas em Gaza. Não foram divulgados detalhes da proposta de paz, mas uma fonte oficial disse à agência de notícias Reuters que Israel pediu mudanças antes de concordar com qualquer interrupção. O Hamas ainda não respondeu à proposta de trégua.

Após o anúncio de Israel, Kerry se pronunciou no Cairo sobre a proposta de cessar-fogo. Disse que ainda há discordâncias quanto à terminologia para uma trégua, mas que está confiante de que existe uma margem de trabalho.

O secretário de Estado disse a jornalistas que “sérios progressos” foram feitos para a trégua, mas que ainda há mais trabalho a ser feito e que ele está certo de que o premiê de Israel está comprometido em trabalhar por um cessar-fogo.
Kerry disse que o gabinete de Israel pode ter rejeitado alguma linguagem quanto à possível trégua, mas que não houve nenhuma “proposta formal”.

Líderes pedem pausa

O ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shukri, e o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, pediram nesta sexta uma pausa nos confrontos entre Israel e o Hamas.

Shukri pediu uma trégua humanitária de sete dias na Faixa de Gaza, para o feriado muçulmano de Eid al-Fitr, que marca o final do Ramadã, na próxima semana. Segundo ele, são necessários mais esforços para se alcançar o cessar-fogo.

“Pedimos um cessar-fogo humanitário… no fim do feriado do Ramadã e no Eid al-Fitr, por um período de sete dias”, disse em coletiva de imprensa.

Uma reunião entre Kerry e líderes da Europa e do Oriente Médio foi marcada para este sábado, em Paris, com o objetivo de alcançar um cessar-fogo "o mais rápido possível", segundo uma fonte da diplomacia francesa disse à Reuters.

Confrontos e protestos

Autoridades de Gaza disseram que ataques de Israel mataram 55 pessoas nesta sexta-feira, incluindo o chefe de mídia do Jihad Islâmico, aliado do Hamas, e também seu filho. Assim, o número de mortos palestinos em Gaza em 18 dias já totaliza 844 pessoas, a maioria civis, segundo informa a Reuters.

Na Cisjordânia ocupada, onde o presidente palestino, Mahmoud Abbas, que tem o apoio dos EUA, governa em uma incômoda coordenação com Israel, cerca de 10 mil manifestantes marcharam em solidariedade com Gaza durante a noite, uma escala que relembra revoltas do passado.
Israel disse que mais três dos seus soldados foram mortos em Gaza nesta sexta-feira, elevando o total de militares mortos para 35. Além disso, Três civis foram mortos em Israel por ataques de foguetes e morteiros vindos de Gaza.

O país também anunciou que um soldado desaparecido depois de uma emboscada em Gaza há seis dias foi definitivamente morto, embora seu corpo não tenha sido recuperado. O Hamas disse no domingo que tinha capturado o homem, mas não divulgou uma fotografia dele.

O avanço terrestre tem objetivo oficial de destruir dezenas de túneis utilizados para a infiltração de combatentes do Hamas, que ameaçam vilas ao sul do país assim como bases do Exército.

Início do conflito

A mais recente escalada de tensão e violência entre israelenses e palestinos começou com o desaparecimento de três adolescentes israelenses no dia 12 de junho na Cisjordânia. Eles foram sequestrados quando pediam carona perto de Gush Etzion, um bloco de colônias situado entre as cidades palestinas de Belém e Hebron (sul da Cisjordânia) para ir a Jerusalém.

O governo israelense acusou o movimento islamita Hamas, que controla a Faixa de Gaza, do sequestro. O Hamas não confirmou nem negou envolvimento. Israel deslocou um grande contingente militar para a área da Cisjordânia, principalmente na cidade de Hebron e arredores. Dezenas de membros do Hamas foram detidos, e foguetes foram disparados da Faixa de Gaza contra Israel.

Os corpos dos três jovens foram encontrados em 30 de junho, com marcas de tiros. Analistas sustentam que eles foram assassinados na noite de seu desaparecimento. A localização dos corpos aumentou a tensão, com Israel respondendo aos disparos feitos por Gaza. No dia seguinte, 1º de julho, um adolescente palestino foi sequestrado e morto em Jerusalém Oriental. A autópsia indicou posteriormente que ele foi queimado vivo.

Israel prendeu seis judeus extremistas pelo assassinato do garoto palestino, e três dos detidos confessaram o crime. Isso reforçou as suspeitas de que a morte teve motivação política e gerou uma onda de revolta e protestos em Gaza.

No dia 8 de julho, após um intenso bombardeio com foguetes contra o sul de Israel por parte de ativistas palestinos, a aviação israelense iniciou dezenas de ataques aéreos contra a Faixa de Gaza. A operação, chamada "cerca de proteção", teve como objetivo atacar o Hamas e reduzir o número de foguetes lançados contra Israel, segundo um porta-voz israelense. Os militantes de Gaza responderam aos ataques, disparando foguetes contra Tel Aviv.

G1

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