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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Ricardo e a relação com os aliados

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publicado em 04/11/2015 às 01h52
atualizado em 03/11/2015 às 22h58
Luciano e Ricardo

Ricardo buscou apoio decisivo de Cartaxo em 2014 e descartou menos de um ano depois

Nenhum governante pode prescindir do sagrado direito de governar conforme suas convicções. Ricardo Coutinho leva essa prerrogativa ao extremo, não se importando com outra premissa igualmente legítima da governança; a ausculta e conciliação política com aliados.

No caso do confronto estabelecido em Cajazeiras com o grupo do ex-prefeito e ex-secretário de Estado, Carlos Antônio, a rigor o governo está certo em fazer a mudança que julgou conveniente no serviço de hemodiálise da cidade. Não está escrito em nenhum lugar a obrigatoriedade de manter a mesma empresa ad infinitum.

Assertivo no conteúdo, Ricardo peca às vezes pela forma. Dá pra fazer a gestão, as mudanças e as operações administrativas sem atropelar os aliados, tão úteis na hora da onça beber água e nos tempos de adversidades. Por que não conciliar e dialogar, de forma republicana, com os atores partícipes da construção do seu projeto, antes de adotar medidas que contrariam interesses e expectativas?

E não me venha reduzir a questão. É o que costumam fazer pétalas girassóis, novas e velhas, para desqualificar atuais aliados com histórico de ligação com o cassismo ou o maranhismo, todos sempre estigmatizados como mal acostumados ou tachados como gente sedenta por nacos de poder. No governo, os interesses não têm barreiras ideológicas. Todos, do PSB ao PC do B, defendem e atuam nos seus.

O governador e sua articulação podem até achar isso uma bobagem, mas o fato que culminou com a queda de Léa Silva, da Casa Civil, ganha outra conotação quando se soma ao rompimento do PSB com Cartaxo em João Pessoa, dando as costas a quem lhe deu a mão em 2014, o desprestígio dispensado a Veneziano Vital em Campina Grande, a ausência de reciprocidade aos Paulino em Guarabira, entre outros.

Fatos e exemplos que, se não refletidos com moderação e temperança, podem cristalizar, definitivamente, uma recorrente desconfiança e sensação. A de que votar em Ricardo é ganhar e não levar.

Condições…
Até o começo da noite de ontem, Carlos Antônio e aliados refletiam sobre nomes e opções para ofertar ao governador, com o advento da demissão de Léa Silva.

…Básicas
Operação não muito fácil, diante da fórmula eleita: um nome com ligações com o grupo, eleitor de Ricardo em Cajazeiras e chancelado pelo deputado Jeová Campos (PSB).

Água…
No 60 minutos (Rede Arapuan de Rádios), o líder do governo, Hervázio Bezerra (PSB), preferiu tratar o episódio como um “incidente” e pregou a conciliação.

…Fogo
Já o deputado Ricardo Barbosa (PSB) foi direto ao ponto. “Não são temas que permeiam a coletividade. Houve sim lá interesses contrariados”, cravou.

claudiofurtadofapesqConexão inclusiva
O Fórum de Governança da Internet vai incluir na sua pauta, em João Pessoa, na próxima semana, o universo dos brasileiros ainda sem acesso pleno à rede mundial de computadores. Pelos cálculos do presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba, Claudio Furtado, esse número chega a 3 milhões. “É preciso incluir esse contingente da população”, defende.

BRASAS
*Quando até a oposição já fala em avaliar a viabilidade da instalação do TCM…

*O conselheiro Nominando Diniz, do TCE, virou expert no acompanhamento dos gastos em comunicação.

*A Associação de Mídia Digital (Amidi) seguirá adiante no cumprimento de seu mister: ampliar e defender seu segmento.

*Fernando Milanez (PMDB) marcou ponto ao se associar a imagem do ilibado ex-senador Pedro Símon (PMDB-RS).

* Tavinho Santos (PSB), suplente de senador, acha que Cartaxo terá dificuldades de formar uma grande coligação.

*O senador Cássio Cunha Lima não ficará de braços cruzados diante do movimento para substituição de Ronaldinho na vice de Romero.

FALA CANDINHA!
Ao saber da degola de Léa Silva, dona Candinha coçou a cabeça, como quem está encucada e pensou alto: “Léa Silva não pode postar duas linhas genéricas no facebook, mas o secretário Wagner Dorta pode bater boca com o antecessor, Válber Virgolino, expondo o governo, lascando à política anterior adotada na pasta e com direito a transmissão em rede estadual de rádio”. Por essas, não se sabe o que essa maliciosa tem de mais perigoso: a memória ou a língua?

PONTO DE INTERROGAÇÃO
Até quando o presidente da Assembleia, Adriano Galdino (PSB), e o deputado Veneziano Vital (PMDB), pretensos candidatos em Campina Grande, vão continuar trocando elogios?

PINGO QUENTE
“É uma grande chacota com o povo brasileiro”.
Do deputado Benjamin Maranhão (SD), contra o polêmico projeto de repatriação de recursos do exterior.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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