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Formada pela Universidade Federal da Paraíba, Alessandra Torres é apresentadora do Jornal da Correio, da TV Correio/Record, e do programa Balanço Geral, da 98 FM, de João Pessoa.

Envelhecer é Libertador

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publicado em 02/11/2015 às 09h44
atualizado em 02/11/2015 às 15h22

Como dimensionar a vida de cada um? Seria algo parecido como medir o valor de qualquer pessoa para a existência do mundo, ou a impossível contabilidade de afirmar quem ou o que é mais importante. Tarefa difícil.

Para sobrevivermos nos primeiros anos de vida o mais essencial, o mais vital são os cuidados dos pais e, não menosprezando a importância de ninguém, da mãe. Alimentar, manter limpo e aquecido, entender cada som de resmungo, de chorinhos bem peculiares, só uma mãe é e sempre será perita. Depois, vem mais gente para ajudar na arte de permanecer na vida, pai, avós, irmãos, tios, babás, padrinhos e, finalmente, completando ao longo de anos todo o contingente que nos fará crescer, os amigos.

Como é maravilhoso ter a certeza de que aquela amiga está sempre concordando com você e ao seu lado! Os amigos, como diz a sabedoria popular, não são impostos, são escolhidos por nós e, por essa razão, desprovidos de laços, de conveniências, de imposições sociais. E assim, seremos felizes. Será?

O tempo que fortifica as grandes amizades também afasta do dia-a-dia toda aquela necessidade de convivência, apesar do elo entre os mais próximos amigos permanecer intacto e forte, basta precisar de um ombro ou até mesmo da voz. Os amigos, ou pelo menos o convívio inseparável com eles, é, automático e naturalmente substituído por maridos, esposas, filhos e, em muitos casos pelo trabalho. Entretanto, essa fase de conquistas também passa e nos sentimos mais seguros, mais tranquilos, menos surpresos com a vida.

E é aí que surge outro objetivo, manter-se saudável, buscar a longevidade. Quando crianças e jovens, o fim, a busca pela qualidade de vida, parecem distantes, porém, chegará para todos. Isso é maravilhoso porque significa que você sobreviveu às etapas em que precisava vitalmente de outros e, agora, comanda um pouco a sua existência.

Na maioria das vezes, nessa fase de maturidade e da chegada da velhice, estamos tranquilos financeiramente, colhemos frutos doces de todo trabalho e dedicação, mas aparece um outro obstáculo para convivermos e tentarmos ultrapassar: a longevidade não pode ser trocada por dinheiro. É preciso ter projetos, sejam grandes ou pequenos, buscar interesses numa fase de tantas limitações.

Para fechar o nosso ciclo com qualidade é necessário aceitar algumas limitações, persistir e conquistar outras. E para que isso aconteça mais suavemente, contar com tudo e todos que nos foram vitais ou conquistados: pais, marido, filhos, trabalho, amigos, para usufruir da  liberdadede envelhecer.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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