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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Fazendo água

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publicado em 10/09/2014 às 12h10

Tibério Limeira é um das muitas jovens e acertadas apostas do governador Ricardo Coutinho, cuja característica lhe credencia diferencial de ousar na escalação do primeiro time do seu governo com nomes desconhecidos da tradição político-partidária e das rodas empresariais.

Por esse perfil, não caiu bem no figurino oxigenado do distinto secretário de Esportes do Estado atribuir a repercussão nacional do alagamento dos vestiários do Estádio Almeidão a mero aproveitamento político em período eleitoral para fugir do vexame transmitido pelo SportTV, reconhecido canal fechado brasileiro.

Ora, o assunto ganhou dimensão primeiro no noticiário esportivo durante a cobertura do jogo entre Botafogo e Paysandu pela força das imagens e revolta dos jogadores do clube do Pará, time que até onde consta não tem no elenco nenhum dos seus atletas com título de eleitor na Paraíba.

Custa nada reconhecer o problema e anunciar as providências? Porque essa mania recorrente na Paraíba de sempre derivar as questões e crises para a seara política, para o enfrentamento partidário, quando as explicações podem ser eminentemente técnicas, em respeito ao contribuinte.

Essa desculpa e discurso podem até funcionar bem aqui onde as paixões e disputas políticas extrapolam o bom senso e quase tudo termina reduzido a um maniqueísmo estéril. Duvido que o secretário usaria essa versão para os assinantes do Sportv ou outros canais que tenham assistido a inusitada cena.

Do governo ninguém tira o mérito de promover oportuna reforma no Almeidão, nossa mais conhecida praça esportiva, mas não se pode ignorar que o problema detectado poucos dias após a pomposa reinauguração de uma intervenção superior a R$ 30 milhões é um fato de chamar atenção. Em João Pessoa ou em Belém. Com ou sem eleição. Desconhecer isso é querer afogar a inteligência alheia.

Defeito – Superintendente da Suplan, órgão responsável pela obra, o engenheiro João Azevedo ligou o fato a um problema que remota à concepção original do projeto na década de 70.

Limpeza – Segundo João, o alagamento ocorreu devido ao entupimento do canal do estádio provocado por lixo: “Mas, o problema está sendo resolvido, o local está sendo limpo”.

MP entra no caso – Curador do Cidadão, o procurador Valberto Lira anunciou a formação de uma comissão para averiguar com mais detalhes o que aconteceu no Estádio Almeidão. Vai solicitar informações da Suplan e da Secretaria de Esportes para somente depois apresentar um relatório e pedir providências do Estado.

Repercussão – Na Assembleia, o deputado Janduhy Carneiro (PTN) defendeu que a empresa responsável pela reforma do Almeida faça ressarcimento aos cofres do Estado.

Contraponto – Para o deputado Tião Gomes (PSL), que subiu à tribuna da Casa para defender o governo, o fato repercutido a partir da imprensa nacional não passa de “factóide”.

Travessia – O governo passou ontem pelo teste sem a presença do seu combativo e atuante líder Hervázio Bezerra (PSB), de volta à suplência. Aprovou remanejamento de R$ 1,3 bi.

Fantasma – Quando comemora a absolvição de processos da Confraria, eis que o senador Cícero Lucena (PSDB) tem o nome de um assessor ligado ao doleiro Alberto Youssef.

Protesto – À espera de nomeação, 29 concursadas da Guarda Municipal de João Pessoa ameaçam se acorrentar em frente à sede do órgão para protestar contra a demora da convocação.

Esperado – O último guia do ex-senador Wilson Santiago (PTB) trouxe pedido de voto do senador Cássio Cunha Lima (PSDB). Sem muita emoção e com duração de 17 segundos.

Escaldado – Zé Maranhão (PMDB) não permite favoritismo virar sapato alto: “Precisamos trabalhar até o fim”, receita. Ele ganhou ontem a adesão do deputado Adriano Galdino (PSB).

Lista – O PSB divulgou ontem a adesão de dois prefeitos do Sertão: Emanoel Messias (PSD), de Santa Helena, e Bodinho (DEM), de Cachoeira dos Índios. Certamente, republicanas.

Queda… – Chegou ao TJ caso envolvendo a Plasnog e a Armil, empresas do Distrito de Campina grande. A disputa das duas pode culminar com a demissão de 300 trabalhadores.

…De braço – Após ganhar terreno da Cinep, a Armil deixou o espaço e o locou a Plasnog. A Cinep quer revogar a escritura e manter a Plasnog – ameaçada de despejo – gerando empregos.

PINGO QUENTE“Estão jogando dinheiro público no lixo ou nesse riacho”. Do auxiliar técnico do Paysandu, João Brigatti, revoltado com “travessia” que ele e seus jogadores precisaram fazer no túnel do Almeidão.


*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba.

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