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Lula reafirma seu poder com reforma, diz NYT

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publicado em 03/10/2015 às 16h56

A reforma ministerial anunciada pela presidente Dilma Rousseff reafirma o poder de seu antecessor e padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que emplacou um “confidente” como ministro da Casa Civil, disse o jornal americano New York Times.

O diário disse neste sábado que as mudanças feitas pela presidente são um “esforço para conseguir apoio a suas medidas de austeridade enquanto enfrenta pedidos por sua saída”.

A presidente confirmou também a troca do comando da Casa Civil: substituiu Aloizio Mercadante, de sua confiança, por Jaques Wagner, petista próximo a Lula.

“Nos bastidores da troca, seu poderoso antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, está reafirmando seu poder ao emplacar um confidente, Jaques Wagner, como ministro da Casa Civil. Ao mesmo tempo, o PMDB… está aumentando seu poder”, disse a reportagem.

Segundo o jornal, as mudanças “refletem como Dilma está lutando para remontar uma coalizão fragmentada” enquanto PT e PMDB sofrem com o escândalo de corrupção na Petrobras, sob investigação na operação Lava Jato, da Polícia Federal.

O NYT diz que Dilma é uma “líder cercada”, e cita economistas que afirmam que as medidas resultarão apenas em “economias simbólicas”, já que o déficit do Orçamento “inchou” em meio a uma grave crise econômica.

A reforma, no entanto, deverá dar tempo para que a presidente reconstrua seu poder, disse o texto, citando analistas políticos.

“Ao dar mais poder ao PMDB, Dilma tenta construir apoio no Congresso para a aprovação de cortes de gastos controversos defendidos pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy”.

Segundo o jornal, a posição de Dilma pode ter sido fortalecida após a confirmação por autoridades suíças da existência de contas bancárias secretas que seriam controladas por Cunha. Ele rebate acusações de que teria aceitado até US$ 40 milhões em propina para ele e aliados.

Cunha e Renan Calheiros, presidente do Senado e outro líder influente do PMDB, são investigados pela Lava Jato. Dezenas de outros políticos e empresários também estão sob suspeita de terem participado no esquema de desvio na Petrobras.

Dilma foi presidente do Conselho de Administração da Petrobras entre 2003 e 2010, quando acredita-se que parte do esquema tenha sido realizado, mas nega conhecimento das irregularidades e não foi citada por delatores que cooperam com as investigações.

Ig

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