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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Mago

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publicado em 09/10/2014 às 09h38

Aparentemente, no exercício do governo ele espalha mais do que ajunta. Na hora “H”, se revela um exímio enxadrista. Escolhe até com quem quer brigar. No Palácio da Redenção, assistiu durante quase quatro anos adversários no revezamento de ataques duros, às vezes histérico, contra sua gestão.

Reagia com frieza peculiar e estigmatizando todos os seus críticos tribunos como “inimigos do projeto”. Deixou o tempo passar. Veio o momento crucial das articulações. Pouco fez efetivamente para impedir o rompimento do partido que lhe catapultou à eleição de 2010. Mirou o olhar nos mais ferozes opositores.

Jogou a isca. PT e PMDB se engalfinharam internamente. Para o momento, julgou mais conveniente ter o primeiro. O PT mordeu. Fisgado, deu a quem derrotou em 2012 espaços na Capital e viu desmantelado o discurso que lhe alçou ao poder: o de contraponto ao governo e ao estilo de governar.

Com tempo de televisão e espaço recuperado em João Pessoa, calculou bem e se lançou à caça do eleitor de Marina, em franca ascensão. Somou os votos da “companheira” de partido com parte do eleitorado de Dilma, cujo partido oficialmente lhe deu suporte e já estava condenado a não mais recuar.

No desenho do segundo turno, não esperou e se adiantou ao seu PSB declarando voto na presidente, um movimento que demoveu petistas descontentes, garantiu empenho de Dilma na unificação do palanque, brecou o PMDB do apoio ao PSDB e contabilizou a adesão ao seu favor. Um lance de impacto na nova fase da campanha.

Entretanto, o que mais impressiona no hábil Ricardo Coutinho é a capacidade de paralisar adversários e de enterrar discursos incômodos. Praticamente todos que desde 2011 assacavam e verbalizavam contra sua prática político-administrativa, antes do fim do governo, estão rendidos. E nem foi preciso a tal “surra de varas”.

Passando a… – Falando aos peemedebistas e à imprensa, Ricardo invocou o caráter “programático” da adesão e revelou absorção de sugestões do Plano de Estado do senador Vital do Rêgo.

Manteiga – Exortou o PMDB a impedir o ‘retrocesso’ da Paraíba a um “tempo em que o Estado só tinha escândalos” e não contava com “investimentos”, numa alusão à gestão Cássio.

Triunvirato selado – “Estou aqui para apoiar e receber o apoio do Ricardo Coutinho”, sacramentou a presidente Dilma Roussef, em entrevista coletiva concedida à imprensa paraibana, assim que desembarcou no Aeroporto Castro Pinto, em Bayeux, para comício da oficialização da coalizão de forças do PT/PSB e PMDB na Paraíba.

Influência… – Vice-presidente, Michel Temer confessou que a opção de Ricardo pelo apoio à Dilma no segundo turno, contrariando a orientação nacional do PSB, pesou para o desfecho

…Decisiva – “Prova disso é que o segundo turno da campanha da Dilma começa exatamente pela Paraíba”, situou Temer, um dos responsáveis pela articulação da aliança.

Ponte aérea – O ex-ministro Aguinaldo Ribeiro (PP) viajou com Dilma de Brasília à Teresina e da capital piauiense até João Pessoa, onde a presidente pousou para agenda de campanha.

Fidelidade – Presidente estadual do PMDB, José Maranhão foi reticente, como a Coluna pontuou ontem, mas cedeu ao viés partidário. “É o princípio da reciprocidade”, delimitou.

Critério – Crítico contumaz do governo do PSB na Paraíba, Vital do Rêgo elegeu a “convergência nacional” como justificativa para a virada: “A neutralidade não serve para o PMDB”.

Metamorfose – Opositor convicto da gestão socialista, o ex-prefeito Veneziano Vital (PMDB) teve que adaptar o discurso para votar em Ricardo, mas ressaltou as “diferenças”.

Reação – Da conversa com o presidenciável Aécio Neves em Brasília, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) traz novidades na bagagem. Aguarda o momento certo para startar.

Confessionário – Durou duas horas o encontro do deputado Frei Anastácio (PT) com Ricardo, na Granja Santana, ontem à tarde. Já convertido, hoje o frade solta nota para explicar a adesão.

Macacada – “Eu não iria sair pulando de galho em galho”. Avisou o deputado reeleito Benjamin Maranhão (SDD), reafirmando voto em Cássio Cunha lima no segundo turno.

Era uma vez… – Por força do pragmatismo, lá se foi, feito fumaça ao vento, o recorrente e exaustivo discurso da reivindicação do título de “a verdadeira oposição da Paraíba”.

PINGO QUENTE“Burros são eles que dão as costas pro povo”. Do candidato a deputado federal do PSOL, Gobira, criticando os políticos tradicionais e se assumindo “inteligente” por tirar 48 mil votos sem dinheiro.

*Reprodução do Correio da Paraíba.

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