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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Canja de galinha

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publicado em 10/10/2014 às 16h38

Afora a goleada de Tarcísio Burity sobre Marcondes Gadelha, na década de 80, e o passeio de José Maranhão, em 1998, numa eleição resolvida logo na convenção do PMDB, o histórico dos pleitos eleitorais na Paraíba recomenda cautela aos mais empolgados. De um lado e do outro.

Mais “pé no chão” ainda devem ter os seguidores do governador Ricardo Coutinho, sobretudo, os que já calçam as sandálias da vitória porque o socialista chegou bem próximo do adversário no último domingo. O remédio esquecido pelos empolgados cassistas no primeiro turno é uma boa receita agora para os girassolaicos.

Assim como se alertava sobre a perspicácia de Ricardo antes do dia 5 de outubro, o currículo e capacidade de superação de Cássio Cunha Lima não devem ser desconsiderados. Ele é um político forjado em vitórias apertadas, afeito aos embates mais renhidos e já experimentou os dois lados da moeda.

Em 2002, candidato de oposição, começou liderando com folga, porém venceu o primeiro turno apertado contra o então governador Roberto Paulino. História parecida com 2014. No segundo turno, diante da surpresa do desempenho de Paulino, assistiu a uma onda de adesões ao candidato governista, inclusive o PT de Avenzoar Arruda. Nada reverteu. Terminou eleito.

Em 2006, no governo, viveu o inverso. Chegou a ouvir de aliados conselhos pela desistência do projeto de disputar à reeleição, tal era o grau de desgaste enfrentado à época. Não deu ouvidos. Surpreendeu e ganhou o primeiro turno de Maranhão no arrocho. No segundo turno, repetiu a dose e se reelegeu.

Nas duas ocasiões, viveu adversidades diferentes, na oposição e no governo, experiências que lhe permitiram conhecer bem a dor, a delícia e os labirintos de cada situação. Bom, mas Ricardo Coutinho não é Roberto Paulino ou José Maranhão, derrotados pelo tucano – avisam os navegantes. Cássio também não é Ruy Carneiro e nem muito menos João Gonçalves – abatidos nas urnas pelo socialista.

Pé na… – Depois da viagem à Brasília ao encontro do presidenciável Aécio Neves, o senador Cássio Cunha Lima concentra energias nas atividades de campanha do segundo turno.

Tábua – Só hoje, ele pilota três encontros regionais com lideranças e apoiadores. Pela manhã em Patos (Sertão), à tarde em Campina Grande (Agreste) e à noite em João Pessoa (Mata).

Sim ou não? – Após novo pedido do Fórum dos Servidores Públicos, o Ministério Público da Paraíba tem dez dias – segundo a Lei de Acesso à Informação – para responder se recebeu mesmo do Governo pedido de apuração da denúncia de pagamento de propina a secretários, como afirma e reafirma o governador Ricardo Coutinho.

Oficial – Vencido o prazo (dia 18), a resposta caberá ao procurador-geral de Justiça, informou ontem José Raldeck, presidente da comissão de Combate à Improbidade Administrativa.

Recurso – Caso não obtenha o retorno em tempo hábil, o Fórum estuda a possibilidade de acionar o Conselho Nacional do Ministério Público, que fiscaliza a atuação do órgão.

Roteiro dos… – Segunda à tarde, o senador Vital do Rêgo convida, por telefone, Dilma para vir à Paraíba na terça-feira celebrar a aliança PMDB/PSB. Ela fica de dar um retorno.

…Bastidores – No dia seguinte, confirma a visita e marca a agenda para a quarta. Após a solenidade de adesão do PMDB, Vital embarca para Teresina e de lá volta com Dilma a tiracolo.

Águia – Há meses, o vereador Fernando Milanez (PMDB) previu à Coluna: Marina não vai ao segundo turno e na Paraíba Ricardo Coutinho surpreenderá no primeiro turno.

Tendência – Com performance de 44 mil votos na disputa ao Senado, a estreante Leila Fonseca (PROS) se inclina pela candidatura de Ricardo Coutinho no segundo turno.

Contradição – Do deputado Manoel Júnior (PMDB). “O PMDB não poderia estender as mãos e abraçar um projeto do qual foi o maior crítico durante os últimos quatro anos”.

Reprovação – “O povo não assimilou a adesão. O PMDB sempre se mostrou avesso a essa candidatura de Ricardo. O povo não admite mais isso”, criticou o deputado Caio Roberto (PR).

Forasteiros  – O deputado Domiciano Cabral (DEM) não elegeu o filho (Arnon) e culpou a invasão de “candidatos de fora” na sua principal base: “Bayeux virou uma tábua de pirulito”.

Manga arregaçada – O prefeito André Gadelha (PMDB) luta pra reverter a maioria de 6.500 votos de Ricardo sobre Cássio em Sousa. Reuniu prefeitos da região para ampliar esforços.

PINGO QUENTE“O povo não é besta”. Do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP) sobre a adesão do PMDB – até anteontem o mais aguerrido partido da oposição – à reeleição do governador.

*Reprodução do Correio da Paraíba.

 

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