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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Guerra paralela

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publicado em 13/10/2014 às 16h33

Pela vitória e conquista da hegemonia política do Estado, Cássio Cunha Lima e Ricardo Coutinho disputarão voto a voto, mas essa queda-de-braço vai além dos maiores protagonistas do segundo turno na Paraíba. A batalha extra está sendo travada entre seus cabos eleitorais nos municípios.

É que o resultado próximo não ditará apenas quem sai ganhador e perdedor do embate das urnas pela cadeira mais cobiçada do Palácio da Redenção. Esse saldo a gente conhecerá neste dia 26. Para além das urnas do segundo turno – como diria Tárcio Teixeira – há no paralelo os reflexos para 2016.

Por isso, por tabela, prefeitos e líderes das oposições nos municípios pólos do Estado passaram a tratar o segundo turno como uma eleição também crucial para eles e para o futuro de seus respectivos grupos regionais. Vitória ou derrota de seus apoiados é uma questão com forte poder simbólico para o pleito próximo municipal.

Nas cidades, onde a população respira política e mantém o palanque local armado os 365 dias do ano, o saldo a ser contabilizado não será apenas o que o povo decidiu sobre as preferências entre Ricardo e Cássio Cunha Lima. Ele – por essa ótica – indica como vai a popularidade e satisfação popular com seus líderes municipais.

Não é a toa que, depois do primeiro turno, nas avaliações internas, as campanhas ainda analisam o desempenho nos municípios com expressões do tipo: “Lá na cidade ‘x’ o prefeito ‘y’ nos deu uma grande maioria”. Ou: “No município tal, fulano não conseguiu transferir o que a gente esperava”.

Esse fator deve pesar ainda mais no segundo turno. No primeiro, as lideranças estiveram mais ocupadas empenhadas em eleger seus deputados e mostrar força dando-lhes maioria frente aos adversários. Agora, com a disputa direta e só dois candidatos majoritários no páreo, a força dos cabos eleitorais está sendo colocada a toda prova. Não é regra, mas na análise simplória do eleitor o que a urna apontar nas cidades é um teste prévio do que também sinaliza para 2016.

Teste de… – Na região metropolitana de João Pessoa, somente Expedito Pereira (PSB) se saiu bem na fita. Em Bayeux, Ricardo, o candidato do prefeito, teve consagradora maioria.

Fogo  – Em Santa Rita, Netinho (PR), e em Cabedelo, Leto Viana (PTN), viram seu candidato (Cássio) derrotado debaixo das suas barbas, resultado que ouriçou as oposições locais.

Tira-tema em Campina Grande – Veneziano Vital (PMDB) foi majoritário pra deputado federal, mas o clã Cunha Lima usa o discurso de que dividiu voto proporcional no segmento, além de Pedro, com Aguinaldo Ribeiro, Wellington Roberto e Rômulo Gouveia. Agora, o embate será direto e mostrará o tamanho do prestígio de cada lado com o campinense.

Patos – A prefeita Chica Motta (PMDB) lutando para ampliar a maioria pró-Ricardo e Dinaldinho Wanderley (DEM) arregaçando mangas pra reverter e dá vitória a Cássio.

Guarabira – Para as famílias Paulino e Toscano – polarizadoras da força política local com irradiação no Brejo –, a votação de seus candidatos é questão de honra.

Monteiro – A prefeita Edna Henrique (PSDB) e o deputado João Henrique (DEM) correm atrás do prejuízo. Viram Cássio perder por 1.293 votos de maioria para Ricardo Coutinho.

No front – No íngreme Cariri, onde Ricardo teve significativa vitória, um dos generais girassóis foi Adailson Queiroz, potencial candidato socialista a prefeito de Gurjão em 2016.

Sousa – O prefeito André Gadelha (PMDB) trabalha como um “gigante” para diminuir o impacto da vantagem de 6.498 pra Ricardo, comemorada por Fábio Tyrone (PSDB).

Cajazeiras – Carlos Antônio e a prefeita Denise Oliveira (PSB) deram maioria de 7 mil votos. O fôlego de Zé Aldemir (PEN) e Vituriano de (PSC), aliados de Cássio, será testado.

Alhandra – A maioria apertada de Cássio – 660 votos – apimenta a acirrada disputa entre o deputado cassista Branco Mendes (PEN) e o prefeito Marcelo Rodrigues (PMDB)

Itabaiana – Com a adesão do prefeito Antônio Carlos (PMDB), a oposição terá que suar a camisa para manter a vantagem de Cássio. No primeiro turno, foi apertada: 654 votos.

Mamanguape – A derrota de Cássio pra Ricardo, com 10.495 votos de diferença, deixou o prefeito Eduardo Brito (PR) e a família Fernandes, eleitores do tucano, numa situação vexatória.

Pombal – A prefeita Pollyana Dutra (PT) se mexe para impedir o avanço do ex-deputado Verissinho (PMDB), que deu vitória a Cássio com 1.101 votos de maioria.

PINGO QUENTE“É uma aliança, no mínimo, estranha”. Do deputado federal eleito, Pedro Cunha Lima (PSDB), sobre a adesão do PMDB, maior e mais feroz crítico da gestão do governador Ricardo Coutinho.

*Reprodução do Correio da Paraíba.

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