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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Plebiscito

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publicado em 15/10/2014 às 16h03

Pelo andar da carruagem, a eleição do segundo turno caminha, inevitavelmente, para o viés plebiscitário. Os discursos e abordagens dos candidatos governistas e da oposição, nos níveis nacional e estadual, derivaram no conteúdo e tônica para a simplificação do debate.

Na sucessão presidencial, o candidato tucano Aécio Neves despeja toda sua capacidade retórica na propagação da ‘mudança’ como elemento-chave à disposição do eleitor para oxigenar o poder e livrar a máquina pública brasileira dos vícios gerados pela longa permanência do PT no governo.

A campanha petista reconhece a necessidade de avanços e mudanças em políticas públicas, mas sustenta como imperiosa a manutenção e recondução do atual governo sob pena de o País correr o risco de ver ameaçadas as conquistas do legado de doze anos da dupla Dilma e Lula.

Na Paraíba, o governador Ricardo Coutinho aposta tudo no saldo administrativo e no comparativo de gestões para pedir mais quatro anos aos paraibanos. Credita ao desempenho da sua gestão o certificado que precisa para continuar administrando o Estado e exorta o eleitor a não “voltar ao passado”.

Em contrapartida, o senador Cássio Cunha Lima – que saiu na frente no primeiro turno – mantém a estratégia da desconstrução da gestão socialista, especialmente, nas áreas de saúde e segurança. Nos comícios e entrevistas, faz questão de perguntar: “Piorou ou melhorou”? Nas redes sociais, a campanha tucana elenca dados e ações negativas do governo e convoca o cidadão a decidir: manter ou mudar?

No Planalto e na planície paraibana, o tom radicaliza nessa linha do “sim” ou “não”, – ambiente que deve instigar o universo escondido na gigante abstenção do primeiro turno a sair da toca, mostrar a cara e tomar posição nesse segundo turno. O marketing dos candidatos constrói esse cenário plebiscito. A palavra final, porém, é do eleitor.

Cutucando… – Rompida com o governo, a ex-secretária Aracilba Rocha (PSL) estava quieta até agora. Fustigada por Sandra Coutinho, irmã de Ricardo, ela sinalizou que pode causar estrago.

Com vara curta – Num bate-boca virtual nas redes sociais com Sandra, Aracilba disse ter sido isolada no governo após alertar o governador sobre suposto esquema de propinas na Suplan.

Tôrres compra briga – Em contato com a Coluna, o secretário Luís Tôrres refutou: “A ex-secretária Aracilba Rocha, que cumpriu importante papel na gestão, cuidando das finanças, está, certamente, dando tiros aleatórios ao ar para tentar se encontrar neste processo eleitoral, querendo mostrar serviço para o grupo político que serve atualmente e é cobrada”.

Cão e gato – A acusação de Aracilba resvala no ex-superintendente da Suplan, Ricardo Barbosa (PSB). No governo, a relação dos dois foi marcada por pesados enfrentamentos.

Fora de área – A Coluna tentou ouvir a versão de Ricardo Barbosa, deputado recém-eleito, para a insinuação. Os dois celulares do também ex-secretário do PAC estavam desligados.

Juntos e… – Sob os olhares de uma multidão, o ex-prefeito Veneziano Vital (PMDB) e o governador Ricardo caminharam, juntos, pedindo votos no bairro do Mutirão, em Campina, ontem.

…Misturados – Veneziano – que liderou por quatro anos as críticas ao estilo Ricardo de governar – afastou constrangimentos: “Não há qualquer dificuldade”, repeliu o peemedebista.

Incorporado – O deputado Anísio Maia (PT) assumiu a defesa da reeleição de Ricardo, no segundo turno. “A mentira não vai vingar”, disparou o ex-líder da oposição na Assembleia.

Confronto – Pelas regras definidas em reunião ontem pela direção do Correio, cada candidato fará e responderá a nove perguntas no debate da TV Correio, no próximo domingo, às 17h.

Voto casado – Nesse segundo turno, Cássio colou sua imagem com a ascendente campanha de Aécio, amigo e companheiro de PSDB. Adesivos com os dois estão sendo espalhados.

Em casa – Na disputa caseira em Campina, Tovar Correia Lima (PSDB) se deu melhor; 17.799 votos contra 12.222 votos do primo e também vereador Bruno Cunha Lima (PSDB).

Base  – “Dono” de 5.729 votos em João Pessoa pra deputado federal, o ativista do movimento LGBT, Renan Palmeira (PSOL), pavimentou candidatura a vereador em 2016.

Tamanho – Candidata do clã Vital em 2012, a médica Tatiana Medeiros (PMDB) teve 90 mil votos no segundo turno em Campina. Agora, para a Assembleia, não passou de 8.555 votos.

PINGO QUENTE“Vergonha se deve ter de matar e roubar”. Do deputado Gervásio Maia (PMDB), questionado sobre reações negativas de eleitores nas redes sociais pós-adesão ao Governo.

*Reprodução do Correio da Paraíba.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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