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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Desafio para os prefeitos

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publicado em 16/12/2014 às 23h28

Em 2015, dois anos após a posse, os prefeitos eleitos em 2012 já não terão mais muita desculpa para explicar e convencer à população de seus respectivos municípios sobre eventual ausência de ações concretas e a viabilização de obras esperadas e prometidas. O povo às vezes é muito passivo e se deixa ser levado por algumas gestões em que sobra lábia e falta competência, mas também tem seu limite de tolerância.

E o quadro que se desenha na maioria das prefeituras não é lá muito animador. Até nas maiores cidades, prefeitos e prefeitas não empolgam. Satisfeitos mesmo, só os assessores mais próximos aboletados nos cargos e donos de pareceres quase sempre não muito sinceros para agradar ao chefe.

Como se sabe, o terceiro ano da gestão é crucial para qualquer gestor. A esta altura, a euforia das urnas já está na fase de esgotamento. O que era crédito passa a se transformar em ansiedade e cobrança. O barulho da oposição ganha mais força e atenção da opinião pública. Se o prefeito não cuidar, o jogo se inverte.

Os anos de 2013 e 2014 foram de preparação, planejamento e de plantar sementes. Sábio, o munícipe isento compreende a fase inicial do engatinhamento das políticas e projetos, mas passando dessa fase sem a resolução dos problemas mais imediatos da cidade ele também tem sabedoria para distinguir entre o que é processo e o que é enrolação.

Por isso, os prefeitos têm em 2015 o desafio da realização concreta, sem maquiagem, sem arrodeio. É um ano de identidade e definição de imagem da gestão. Não há mais espaços para falatórios, promessas bonitas e oba-oba, fora do círculo dos necessitados das tetas do governo e da bajulação dos vereadores e políticos aliados. Sem resultado efetivo, o discurso fica vazio. Sem discurso consistente, a luz amarela acende e 2016, ao invés da oportunidade da recondução do mandatário, vira uma arma do eleitor para se vingar de quem brincou de ser gestor.

Queda… – A nova legislatura nem começou e já há disputa nos bastidores pela poderosa Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia. Dois nomes não abrem mão do posto.

De braço – No bloco da oposição, o advogado Bruno Cunha Lima (PSDB) tem o maior interesse. Na bancada governista, Estela Bezerra (PSB) trabalha para ganhar o passaporte.

Tocando a distensão – Recém-eleito para presidência da FPF, Amadeu Rodrigues buscou ontem mesmo diálogo com a direção do Botafogo, clube que trabalhou contra sua eleição. Ele prometeu profissionalizar e recuperar a credibilidade da Federação, desgastada por décadas de comando de Rosilene Gomes. “Vou sair da miudeza”, cravou.

Piada da hora – Depois do resultado da FPF, uma pergunta não quer calar no meio político: quem Rosilene Gomes vai apoiar para presidente da Assembleia Legislativa?

Pequenas… – Parece piada, mas não é. O suplente Ronivon Mangueira (PMDB) procurou advogados para acionar na Justiça o vereador João Almeida (SD), titular e agora de volta ao posto.

…Causas – Mangueira pedirá ressarcimento porque, segundo ele, durante o período de exercício da titularidade teve toda a verba de gabinete castrada por João, mesmo licenciado do cargo.

Acredite se puder – O posto de saúde do conjunto Gervásio Maia, na periferia de João Pessoa, já foi destruído duas vezes pelos bandidos. Funcionários estão com medo de trabalhar.

Enquanto isso… – As autoridades de segurança vendem o bonito discurso do controle da situação, o que, não bate nem de longe com a realidade de muitas comunidades da Capital.

Encruzilhada – Há um frenesi na bancada federal paraibana depois que a PGR República prometeu ampliar investigações em obras fora da Petrobrás. Tem deputado batendo tambor.

Red Bull – José Maranhão, “oitentão”, age como um adolescente, ao lançar o deputado Manoel Júnior para prefeito. Sabe o frisson que provoca na política de João Pessoa.

Ajustes – Secretário de Articulação Política, Adalberto Fulgêncio tem visão formada sobre as reformas seqüenciadas. “As mudanças estão surtindo efeito positivo à gestão”.

Em branco – A Paraíba perdeu R$ 6 milhões para investimentos em presídios ou delegacias por falta de projetos. A revelação é do advogado Walter Agra, do Conselho Federal da OAB.

Emoção – Na missa de sétimo dia, hoje às 19h, na Igreja de Miramar, Bárbara, filha do ex-prefeito Luciano Agra, fará uma leitura em homenagem ao pai, falecido há uma semana.

PINGO QUENTE – “Não governo para prefeitos”. Do governador Ricardo Coutinho, afirmando que sua gestão continuará servindo à população, mesmo de cidades governadas por adversários.

*Reprodução do Correio da Paraíba

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