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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Dor de cabeça

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publicado em 18/12/2014 às 20h55

Fosse apenas mais uma das muitas ações impetradas pela coligação do senador Cássio Cunha Lima, entraria no rol das acusações do adversário derrotado, mas vinda do Ministério Público Eleitoral a Ação de Investigação Judicial Eleitoral, protocolada ontem contra o governador Ricardo Coutinho, tem outro peso.

No que tange à margem eleitoral, a vitória de Ricardo foi incontestável. A maioria esmagadora dos paraibanos optou pela sua reeleição ao invés do projeto apresentado pelo senador Cássio Cunha Lima. Isso, ninguém discute, mas a eleição retumbante não torna Ricardo isento de responder por eventuais abusos de poder no pleito, afinal de contas o Judiciário existe exatamente para garantir o equilíbrio da eleição e a igualdade de condições entre os candidatos.

E foi isso (abuso) que o MPE viu no sensível aumento da distribuição de cheques do programa Empreender Paraíba, uma dos programas mais festejados do governo, e na contratação e exoneração de servidores durante o período em que Ricardo se esforçava para suplantar o favoritismo do senador Cássio Cunha Lima na eleição.

O procurador Regional Eleitoral, Rodolfo Alves, teve o cuidado de se cercar de provas e elementos com sustança para subsidiar a Aije. Escalou promotores eleitorais de todo o Estado para colher depoimentos com beneficiários do programa de apoio ao micro-crédito. Foram mais de 100 pessoas ouvidas. O resultado desse trabalho levou Rodolfo Alves a uma conclusão: houve crime eleitoral.

Quem teve acesso ao conteúdo da Ação, considera a peça produzida pelo MPE contundente, devido à força de um vitaminado conjunto probatório. Tecnicamente, foi um trabalho bem feito e bem municiado. Ao contrário do que se imaginava, o primeiro ano do segundo mandato de Ricardo Coutinho não será um chá de girassol.

Dito e… – A coligação “A Vontade do Povo” moveu ação semelhante. A manifestação do MPE, segundo o advogado Harrisson Targino – referenda os fatos anteriormente apontados.

Feito – “O MPE confirma – como órgão isento – tudo o que dizíamos na eleição: os abusos práticos pelo governo durante a campanha”, verbalizou Harrisson Targino.

Brito: Governo não entrou na eleição – Em contato com a Coluna, o advogado Fábio Brito, da defesa do governador, preferiu não comentar o tema, alegando desconhecimento do conteúdo da Ação. “Não quero me antecipar e falar genericamente sobre o tema, apenas reafirmo que nenhuma ação administrativa do governo teve qualquer viés eleitoreiro”, asseverou.

Crítica – Na diplomação no TRE, o governador Ricardo Coutinho criticou a judicialização das eleições e defendeu imediata reforma política: “Esse modelo está falido, esgotou”.

Abuso – Sobre a Aije movida pelo MPE, Ricardo se disse tranqüilo quanto à acusação de crime eleitoral. “A Paraíba sabe quem abusou do poder econômico, que não fui eu”, despistou.

Custos – “As eleições precisam ser mais baratas. A reforma política precisa ser feita, mas com participação popular, não só por nós, seria um erro profundo”, advertiu Coutinho.

Diferencial – “Esse é um dia muito especial para mim, nestes vinte anos de militância. Quero agradecer a minha militância, que transformou um sonho em realidade”, disse.

Expectativa – Quanto à reforma no secretariado, Ricardo aumentou a ansiedade dos cotados: “Tenho até o dia 31, vou pegá-los de surpresa”. Fez muita gente roer o resto das unhas.

Fim –  No discurso, o presidente do TRE, Saulo Benevides, ressaltou o final da missão e brincou com a esposa, presente ao evento. “Acho que agora vou voltar pra casa”.

Modelo – Procurador Regional Eleitoral, Rodolfo Alves sublinhou que “ninguém pretende que a democracia seja perfeita, mas que a democracia é a melhor forma de governo”.

Palanque – A cerimônia de diplomação dos eleitos, ontem no Espaço Cultural, serviu para a manifestação das claques, presentes com vaias aos adversários e aplausos aos aliados.

Trocando os… – Ao telefone, o deputado Damião Feliciano (PDT), marido da vice eleita, Lígia Feliciano (PDT), deitou a falar por vários minutos sobre a ação movida pelo MPE…

… Nomes  – Só quando o interlocutor se identificou, deu conta: não conversava com Ronaldo Barbosa, presidente do PSB da capital. Na linha, era outro Ronaldo, o Cunha Lima.

PINGO QUENTE “Ele cospe no prato que comeu”. Do vereador João Almeida (SD), repudiando a postura do suplente Ronivon Mangueira, que lhe acusou de se apropriar de verba de gabinete

*Reprodução do Correio da Paraíba.
 

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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