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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

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publicado em 30/12/2015 às 11h17

A Paraíba torcia e queria voltar a ter um ministro na Esplanada. Pelo prestígio e liderança interna no PP, Aguinaldo Ribeiro era o alvo dessa torcida, mas, por decisão dele, pela unidade do seu partido, o deputado federal paraibano recorreu ao seu reconhecido jogo de cintura e articulou noutra direção.

Preferiu se sentir representado no Ministério pelo aliado e gaúcho Gilberto Ochi, nome referendado pelo PP como novo ministro da Integração Nacional. Ochi foi o sucessor de Aguinaldo no Ministério das Cidades sob a unção do próprio pepista. Traduzindo: é nome de confiança de Ribeiro.

Funcionou o pragmatismo e a visão aguçada de Aguinaldo. Se o PP precisou descer um degrau na escala do prestígio político com o Governo e se deslocar das Cidades para a Integração, optou-se por manter o atual ministro do partido, um técnico que não precisa desfalcar o quadro da legenda no Congresso.

Fontes de Brasília são unânimes: Dilma queria Aguinaldo. Ele é quem operou nos bastidores do Governo e do PP para a solução via Ochi. Nesse cenário de profunda crise da gestão, defendeu com Dilma a prioridade do reforço do seu pelotão político na Câmara Federal, onde a oposição amplia o desgaste da petista.

Fez mais. Ajudou no convencimento da presidente a fazer compensações ao PP. Dilma entregará à sigla o Banco do Nordeste, a Codevasf e o Dnocs – todos com atuação influente no âmbito do Nordeste. Se na região, o partido só elegeu sete deputados federais, de um total de 36 no Brasil, alguém duvida que Aguinaldo terá espaços e voz nesses órgãos?

Prevaleceu, mais uma vez, o faro do filho de Enivaldo Ribeiro, que cresce em velocidade meteórica dentro do seu partido em nível nacional. E anotem: terá um papel influente na base governista na Câmara em tempos difíceis para Dilma.

Cartas na… – No paralelo, Aguinaldo Ribeiro já se mexe entre os colegas num trabalho que vislumbra garantir a unidade do PP nas duas próximas eleições internas da legenda.

Mesa – Primeiro para a disputa pela liderança do partido na Câmara, cargo no qual Aguinaldo se credenciou para ser ministro, e, segundo, na eleição para Presidência do partido.

A ‘nova’ Roseana – A médica Roberta Abath, anunciada ontem como nova secretária de Saúde da Paraíba, não é só amiga pessoal de longas datas da emblemática ex-secretária Roseana Meira. As duas têm estilos parecidos na gestão pública. Roberta é extremamente técnica e não teme “cara feia” de políticos, características que cativam Ricardo.

No twitter –Roseana esqueceu a rivalidade com Ricardo e fez questão de elogiar a escolha de Abath: “Determinada, competente e honesta! Prerrogativas necessárias hoje na SaudePB”.

Continuidade – Em vários órgãos, o governador seguiu o jargão de que “time que está ganhando não se mexe”. Manteve CEHAP, DER, Diversidade, PBtur, Casa José Américo e Cinep.

Mandato – Com a ida do deputado Lindolfo Pires (DEM) para a Representação em Brasília, o suplente Hervázio Bezerra (PSB) começa a legislatura já com cadeira garantida.

Gratidão – Hervázio recebeu a convocação como um “gesto de reconhecimento” do governador pela sua atuação na Assembleia. “Demonstra a reciprocidade de nossa amizade”.

Retribuição – “A Paraíba é testemunha. Lutei com todas as minhas forças e até fui voz isolada. Darei tudo mim para corresponder à expectativa dele e da Paraíba”, disse Hervázio.

Virada – Segundo suplente, Arthur Cunha Lima Filho (PRTB), primo de Cássio, se aproxima de Ricardo para assumir. Só depende agora da convocação de mais um deputado da base.

Representação – Léa Silva, vereadora de Cajazeiras e nova chefe da Casa Civil, é indicação do ex-prefeito Carlos Antônio (DEM) e mantém a cadeira do município no primeiro escalão.

Subindo a patente – Na Casa Militar, uma “promoção”. O Major Anderson Pessoa se credenciou para o cargo no convívio diário com Ricardo. Era até aqui o ajudante de ordens do governador.

Em alta – Se não o PMDB, por enquanto, pelo menos os Vital estão prestigiados. Depois de Ana Cláudia Vital, agora Flávio Romero, ex-assessor de Veneziano, virou diretor da Espep.

Ajustes – Ricardo finaliza os entendimentos com o PT para fechar os nomes indicados pelo partido na composição do governo. Hoje, sai mais uma fornada de secretários.

PINGO QUENTE – “O voto é sigiloso”. Do deputado Frei Anastácio (PT), evitando declarar se reza na “igreja” de Adriano Galdino ou de Ricardo Marcelo na eleição da Mesa da Assembleia.

*Reprodução do Correio da Paraíba.

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