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Walter Ulysses é chef formado no Curso de Gastronomia no antigo Lynaldo Cavalcante em (João Pessoa) e tem Especialização e Mestrado na Le Scuole di Cucina di Madrid. Já atuou em restaurantes de diversos países do mundo, a exemplo da Espanha, Itália e Holanda. Foi apresentador de programas gastronômicos em emissoras de TV e rádio locais e hoje atua como chef executivo na parte de consultorias.

Economia nos Restaurantes

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publicado em 16/09/2015 às 08h56

O que se nota pela nossa Capital e tem sido um efeito devastador nos restaurantes de médio e grande porte é o caos na economia que está passando em nosso país. Tenho andado em restaurantes e bares de João Pessoa e visto que a clientela hoje está 40% a menos do que a meses atrás. Isso é o reflexo da economia financeira dificultosa que nós brasileiros estamos passando.

Alguns restaurantes entraram na estratégia de pratos executivos na hora do almoço, outros que trabalham no peso tiveram que mascarar um marketing de números para tentar sair do sufoco e pagar as contas. No horário de almoço é notável que as pessoas consomam menos, porém em contra partida, demoram mais nos estabelecimentos, saindo assim uma conta maior para o empresário do ramo, pois seus gastos com energia sobem e a rotatividade cai por questão das mesas estarem ocupadas e isso gera um prejuízo.

Para explicar melhor vou dar um exemplo: um cliente que antes chegava ao restaurante diariamente e tinha um consumo de uma água, o prato principal, um suco ou refrigerante, sobremesa, café e mais uma água, estes estão sumindo. Sua conta dava em média, em torno de R$ 70 a R$ 120 com os 10% que alguns restaurantes ainda cobram. O cliente da crise financeira, hoje busca um restaurante com prato executivo ou de balança mais em conta e uma bebida, seja água, suco ou refrigerante. Mas sua conta passa dos R$ 50. Porém sua permanência no local chegou a dobrar, muitas vezes usando para fazer negócios e utilizando o estabelecimento como um escritório, gerando um custo maior para o empresário, pois sua rotatividade de mesa não gira e o consumo de energia só faz subir.

Não se sabe como isso vai terminar, pois já existem empresários do ramo com muito tempo que já estão desfazendo de seus pontos comerciais e pagando aluguel, cortando funcionários, pegando parte dos 10% do serviço, fazendo compras diárias para repor… Como diria em um linguajar bem rasgado, fazendo das tripas o coração! E hoje não existe outra saída a não ser aguardar o que se vai acontecer.

O que posso falar é que busque novas idéias de baratear pratos sem afetar o cliente, mesmo na dificuldade ter um plus para os clientes como um cartão fidelidade, parcerias com empresas de café e ter um café caseiro que possa agradar o cliente, e mesmo na crise saber superar as dificuldades que tudo isso vai passar, é só questão de tempo. Mesmo em época de crise um bom marketing e um bom profissional Chef de Cozinha, faz as coisas acontecerem.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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