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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

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publicado em 22/01/2015 às 17h49

Para os mais apressados pareceu desistência, para os mais atentos o deputado Ricardo Marcelo foi perito ao abrir a boca, depois de longo silêncio, sem assumir sua candidatura e com ares de quem não vai entrar no tudo ou nada para garantir mais um biênio de mandato na Presidência da Assembleia.

Do seu jeito, Marcelo transferiu para seu grupo político o ônus dos rumos da disputa pela Mesa Diretora da Casa. É o bloco oposicionista que precisa decidir o quanto irá se envolver numa eleição em que está em jogo a manutenção de um espaço estratégico ou a perda dele para um aliado incondicional do governo.

Com o tom dado, Ricardo deu dois recados. Um pra dentro, chamando seus aliados à responsabilidade e reflexão sobre o significado da eleição. E outro pra fora, ao transparecer nas entrelinhas que sua presença no comando da Casa serviu e pode continuar servindo de cano de escape pra muita gente. Aliás, foi a tábua de salvação durante anos até para os deputados governistas, anêmicos de espaços na gestão.

Pra ganhar ou perder, o saldo tem que ser coletivo, não isoladamente dele, avisou, com outras palavras, o presidente. Um ‘toque’ para integrantes da bancada que discretamente manifestam alguma resistência ao seu nome e abrem diálogo com a postulação do socialista Adriano Galdino.

Por outro prisma, o pronunciamento repentino de Ricardo Marcelo deixou muita gente com a pulga atrás da orelha. O conteúdo verbal sem muito tesão e desprovido de grandes demonstrações emocionais seria apenas ‘jogo de cena’ para despistar outros movimentos paralelos de bastidores? Essa pergunta foi feita ontem entre alguns de seus adversários de disputa interna.

Pelo sim, pelo não, os aliados de Galdino ligaram as antenas. A esta altura, ninguém quer arriscar dar sorte ao azar.

*Reprodução do Correio da Paraíba.

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