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Gilson Lira é Master Coach e Trainer em PNL com certificações pela Sociedade Brasileira de Coaching (SBC), Sociedade Euroamericana de Coaching (SEAC) e Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística (SBPNL). Bacharel em Comunicação Social e pós-graduado em Marketing e Gestão de Pessoas. Coautor dos livros “PNL para Professores”, “Segredos do Sucesso – Histórias de Executivos da Alta Gestão”, “Coaching para Gestão de Pessoas” “Empreendedorismo” e “Bíblia do Coaching”. Atualmente ocupa o cargo de diretor de mercados internacionais da Embratur. [email protected]

Foco na solução

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publicado em 30/08/2015 às 09h25

Outro dia eu estava saindo do trabalho, já bem tarde, quando um amigo me ligou. Notei, pelo tom da voz, que estava um pouco chateado – e até ofegante. Depois de uma curtíssima introdução ele foi logo me dizendo que sentia que não estava obtendo na vida o resultado que tanto almejava. Falou que ‘parecia um imã’ por conta de tanto problema que atraia para si. Disse também que, muitas vezes, não era compreendido em seu ambiente de trabalho. E o pior, que até algumas pessoas próximas não o entendiam. Enfim, que as coisas não iam nada bem em sua vida.

Confesso que eu estava bastante cansado. Quase esgotado. Havia tido um daqueles dias em que precisei participar de muitas reuniões, mas resolvi parar o carro por uns minutos e ouvi-lo com atenção. Quem sabe, conseguir ajudá-lo a, pelo menos, sair daquela ‘espiral negativa’ em que se metera.

“Compreendo muito bem tudo isso”, falei. “A propósito, até já senti na pele o que você está sentido. Conte-me um pouco mais sobre isto”. E, após ouvi-lo atentamente por um tempo, fui direto ao ponto. Disse a ele: “Farei algumas perguntas, mas preciso que você me responda francamente”.

“Claro que sim”, falou ele.

E então perguntei algo do tipo:

“O que você está fazendo para solucionar isso que acabou de me falar? O que está fazendo para resolver tal situação?” Nem preciso dizer que o silêncio foi total. Então continuei: “Honestamente falando, se você continuar agindo como vem agindo, o que acha que vai acontecer? Você acredita, mesmo, que irá resolver o problema?” Só era possível ouvir a sua respiração. “E quanto a ser compreendido pelos outros, você tem feito a sua parte? O que realmente tem feito para, efetivamente, ser compreendido pelos outros?”

Depois de alguns segundos, ele então me diz:

“Tudo bem, Gilson. Já entendi. Acho que você está coberto de razão. De nada mesmo vai adiantar eu ficar só ligando para os amigos e reclamando. A propósito – continuou ele – você já é a quinta pessoa com quem falei nestes dias. E quer saber de uma coisa? Eles só me faziam sentir-me ainda com mais pena de mim mesmo. Muitos diziam palavras bonitas. Outros tentavam passar a mão em minha cabeça, dizendo que a vida era assim mesmo. Mas você, não. Você me fez refletir. Me fez ver o que eu não via. Obrigado por me ajudar a começar a sair dessa sensação… dessa sensação de ‘auto piedade’ em que me meti”.

Conversamos por mais algum tempo e depois nos despedimos. Antes de encerrar, porém, relembrei de como, no passado, ele havia conseguido superar desafios ainda maiores do que aqueles que havia me relatado há pouco. E, claro, falei que sempre estava à sua disposição. Ele ficou feliz e seguiu seu caminho.

O curioso é que esse meu amigo é um grandessíssimo profissional. Uma daquelas pessoas que podemos chamar de brilhantes. Mas, estava contagiado pelo péssimo sentimento da ‘auto piedade’, como ele próprio confessou. E havia mais um outro problema: como pode ocorrer com qualquer um de nós, ele só conseguia focar sua atenção para fora de si próprio. Ele focava no lugar errado e isso só fazia aumentar, ainda mais, a sua ‘carga’ de emoções negativas e, muitas das quais, destrutivas. Em suma: ao invés de focar na solução do problema, ele, simplesmente, teimava em focar nos problemas e em como as pessoas não compreendiam aquele sentimento que ele alimentava.

Mas porque trago esse pequeno relato? Trago-o como forma de exemplificar o quanto nós temos a facilidade para viver reclamando da vida. Aliás, temos a facilidade de dizer: “os outros não nos entendem…” “Minha mãe (Ou Pai) só dá ouvidos ao meu irmão…” “Meu (Minha) esposo(a) não me compreende…”. Falo isso muito sinceramente porque, durante certa fase da minha vida, eu também agia assim. Ou seja, gastava grande parte de minha energia culpando os outros, as circunstancias, etc. Pensava que era um poderoso ‘imã’, atraindo para mim situações desagradáveis. Mas, na verdade, tudo era, simplesmente, o resultado daquilo que eu, costumeiramente, emanava. Nada mais, nada menos. Era puramente o resultado dos meus pensamentos (e de alguns comportamentos habituais que eu alimentava).

Só depois que comecei a me dedicar ao estudo do desenvolvimento do potencial humano, que comecei a pôr em prática algumas das poderosas estratégias e ferramentas da PNL e do Coaching, foi que pude, finalmente, perceber o quanto eu era um ‘chato reclamão’. Isso mesmo! O quanto eu também ‘implorava’ por atenção das pessoas, usando o típico discurso da auto piedade.

Seja bastante sincero: onde está escrito que a vida é fácil? Onde está dito que viver é, como muitos ainda pensam, apenas ‘um mar de rosas’? Acredite: a vida não é fácil e vencer na vida não é algo tão simples. Acostumemo-nos a isso. E tem mais: se você continuar deixando que a auto piedade tome conta de você – e dos seus dias – certamente os desafios da vida, que já não são poucos, ficarão ainda mais difíceis de lidar. Correto?

Antes de finalizar, gostaria apenas de lembrar que líderes de ALTA performance e pessoas realizadoras e bem-sucedidas compreendem, desde muito cedo, que as dificuldades e desafios fazem parte do processo natural da vida. Eles compreendem, igualmente, que muitos dos problemas e obstáculos que enfrentamos dia a dia constituem, na verdade, um processo espontâneo de desenvolvimento e crescimento pessoal e profissional.

A propósito, chega a ser curioso observar como essas pessoas, independentemente da situação ou da adversidade que estão enfrentando, preferem prender a atenção – e focar toda a energia – em busca de soluções, não em gastar tempo perseguindo ‘culpados’. Surgiu um problema ou se deparou com uma ‘situação desafiadora, elas, simplesmente, se questionam assim:

  • Qual o primeiro passo para mudar essa situação? O que posso fazer para sair disso o mais depressa possível?
  • O que posso aprender com esse problema? Qual a grande lição que eu posso extrair deste acontecimento?
  • Que oportunidade de crescimento esta experiência, possivelmente, está me oferecendo?

E, por fim:

  • Como posso evitar que isso volte a me acontecer no futuro?

Lembre-se: da próxima vez que for desafiado por alguma situação ou por algum tipo de acontecimento indesejado, ou quando se aperceber que está entrando naquela ‘espiral negativa de auto piedade’, procure compelir sua menta a focar na solução, não no problema. Ah, e para aqueles que estão dizendo agora: “Ah, Gilson, falar é fácil…”, que tal ouvir o que disse um dos maiores estudiosos do comportamento humano que já existiu, Napoleon Hill? Certa vez, Hill manifestou-se assim: “Sou muito grato às adversidades que apareceram na minha vida, pois elas me ensinaram a tolerância, a simpatia, o autocontrole, a perseverança e outras qualidades que, sem essas adversidades, eu jamais conheceria”.

Finalizo lembrando: Seja sempre um portador de luz e uma força para o bem! Compartilhe suas dádivas; compartilhe sua paixão! E que o nosso Deus de amor e bondade continue guiando seus passos e iluminando sua vida.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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