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“Enquanto não pedirem perdão, não há diálogo”, diz Cássio

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publicado em 04/08/2015 às 09h01
atualizado em 04/08/2015 às 07h31
Senador Cássio Cunha Lima, do PSDB

Muito se especulou ao longo da semana passada que, diante dos assombrosos escândalos que estouram diariamente, o Brasil é um circo prestes a pegar fogo. Porém, para o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), o circo já pegou fogo. “Há fogo e fumaça. Só o governo finge não ver. E este deslocamento da realidade é muito ruim” – afirmou o senador, em discurso proferido na tarde desta segunda-feira (03).

Cássio disse que o Brasil acompanha os desdobramento da operação Lava Jato e que cresce o número de brasileiros “indignados, angustiados e descrentes”. Segundo o líder, o primeiro sopro de desalento vem com a falta de serviços públicos de qualidade e aumenta com a péssima situação da economia, “que se esfacela pela inércia presidencial”. O senador lembrou que a inflação está acima de 9% e já ultrapassou os dois dígitos para os mais pobres; os juros estão a 14,6% – a maior taxa desde 2006, e que, somente no estado de São Paulo, o desemprego já atingiu 13,2%.

A arrogância do ‘quero, posso e mando’

O líder assegurou que “a oposição nunca foi contra o diálogo”. Disse que, para o PSDB, o país é muito maior do que toda e qualquer divergência político-partidária. “Aliás, não fomos nós que tentamos dividir o país entre nós e eles” – alfinetou. No entanto, segundo Cássio, falta ao governo federal humildade para reconhecer erros. “Eles mantêm a arrogância do ‘quero, posso e mando’. A condição sine qua non para o diálogo é o reconhecimento dos erros e um pedido de desculpas ao povo brasileiro” – pontuou.

Cássio esclareceu que a crise de popularidade pela qual passa o governo da presidente Dilma não é um problema em si. O grave, na opinião dele, é a sensação de desgoverno  – esta, sim, a responsável por “jogar no chão a credibilidade do governo do PT”. O senador disse que “o quadro tende a se agravar, porque não estamos ainda vendo luz no fim do túnel e eles não demonstram capacidade, sequer, de reconhecer a profundidade do problema”.

Grandeza e maturidade

O senador paraibano afirmou que, em nome do PSDB, a oposição reitera total apoio ao fortalecimento das instituições, assim como acompanha todas as investigações em curso. Para ele, a política chegou a um grau de esgotamento tal que exige, mais do que nunca, postura firme e altiva dos líderes para apontar caminhos e enfrentar desafios. E há de se ter grandeza e maturidade para vencer a crise.

Mas, segundo o líder, não haverá chance de diálogo sem que, primeiramente, o governo Dilma peça perdão ao povo brasileiro e assuma que errou diante da nação.

MaisPB

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