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Em que(m) votamos?

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publicado em 03/10/2010 às 14h36

Agora, já passada a votação e estampado o resultado das eleições, podemos, sem qualquer cerceamento e sobretudo mais livre dos pré-julgamentos de que somos de lado “a” ou de lado “b”, emitir opiniões diretas sobre o processo eleitoral.

Durante todo o período pré-votação, campanhas foram feitas pelos órgãos da Justiça Eleitoral no sentido de que os eleitores votassem conduzidos por suas próprias consciências e que especialmente não trocassem (muito menos vendessem) seus votos por “favorzinho” qualquer, o que fatalmente redunda em prejuízo para toda a população. Nesses chamamentos constavam alertas aos eleitores para que analisassem os perfis dos candidatos, verificassem como se comportaram antes e comparassem uns aos outros.

Foram, sem dúvidas, importantíssimas essas campanhas de conscientização! Mas, sem que haja uma reforma política, fica difícil que se alcance os objetivos propugnados pela Justiça Eleitoral, mesmo porque caberia perguntar: – Como analisar o perfil e o passado de um candidato a deputado estadual, ainda sem qualquer história político-partidária, sem que ele tenha sido vereador? Como analisar o perfil e o passado de um candidato a deputado federal se ele nunca foi nem vereador nem deputado estadual? Como analisar o perfil e o passado de um candidato a senador se ele nunca foi nem vereador nem deputado estadual nem deputado federal?

Necessário, pois, uma reflexão sobre estes aspectos, que, se assimilados como pertinentes, chama a atenção para uma urgente reforma política. Entretanto, perguntar-se-ia: quem são os elaboradores e aprovadores dessa reforma? A resposta: os próprios políticos, parlamentares! E reforma assim interessa-lhes?
Vem, então, o chamamento às mesmas instituições, as não governamentais, dentre elas o FOCCO, para encabeçarem a elaboração e apresentação ao Congresso Nacional de uma proposta legislativa nesse sentido da reforma política, como o realizado relativamente à Lei Ficha Limpa. A esperarmos que os próprios políticos, principalmente os com mandatos legislativos, tomem a iniciativa de leis que lhes tirem os privilégios e critérios favorecedores que atualmente prevalecem, aguardemos chegar o “dia de são nunca”.

Quanto aos planos de governo que não foram apresentados pelos candidatos a cargos executivos, compreendamos, também, que os eleitores não tendem a fazer suas escolhas com base nessas propostas. Está demonstrado, nas eleições anteriores e como indicam as pesquisas no presente processo eleitoral, que os eleitores, para os cargos executivos, agem bem mais conduzidos pelo desempenho de quem esteja governando. Qual a diferença entre o que propôs Dilma e Serra? Desculpem-nos pensar que o que pode levar Dilma à Presidência da República é o aprovar, ou não aprovar, o Governo Lula!
 

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