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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Cássio e o passado contra o “tapetão”

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publicado em 06/07/2015 às 11h23
atualizado em 06/07/2015 às 16h18

Nem o “constrangimento” de ter o passado da cassação exposto pelos adversários tira a energia do senador Cássio Cunha Lima, líder dos tucanos no Senado. O paraibano cumpre a missão delegada pelos colegas com uma devoção de fazer inveja aos fundadores do PSDB.

Defensor da tese da renúncia da combalida presidente Dilma ou do afastamento dela do cargo por força de decisão do Tribunal Superior Eleitoral, vide os vários “furos” e evidências de irregularidades nas contas de campanha, Cássio parece estar preparado para, também, virar alvo dos petistas.

E já virou. Recentemente, o PT passou na cara seu histórico de problemas com a Justiça Eleitoral, uma forma de desqualificar o discurso e desautorizar moralmente o paraibano da linha abraçada com todo o ardor para levar Dilma a um abismo cada vez mais iminente e previsível.

Mas o que estimula o ex-governador paraibano a manter o tom e engrossar os couros para agüentar as rebordosas? O termômetro das ruas que facilmente capta o sentimento generalizado de rejeição ao atual governo e a perda de credibilidade pessoal de Dilma. Chutar a presidente, no nível que ela chegou, é fácil.

Esse seria o primeiro aspecto. O segundo é a probabilidade de vir a ascender no cenário nacional, em caso de o PSDB eventualmente assumir o governo, oficial ou informalmente, na hipótese de afastamento da presidente Dilma, ou no futuro pela via da eleição no ainda distante 2018.

Os dois fatores – juntos – dão combustível para inflamar pulmões e neurônios de Cássio nessa estratégia diária e permanente de desmantelamento do que ainda resta do governo Dilma e do PT. Cunha Lima reproduz pensamento da maioria do seu partido. O PSDB não pode perder a chance de tirar os petistas do Palácio da Alvorada.

Um dos ases do front tucano nessa guerra, Cássio refuta a acusação de golpe e sustenta a saída da presidente como alternativa democrática prevista na Constituição. Ele, mais do que ninguém, só não pode esquecer de uma coisa; não faz tempo que, na sua concepção e defesa, tudo isso tinha outro nome: “Tapetão”.

Previsão do…
O TRE deve apreciar esta semana novo agravo do governador Ricardo Coutinho contra provas admitidas pelo desembargador José Aurélio, relator de ação de autoria do PSDB.

…Tempo
“São nitidamente procrastináveis e visam somente evitar o transcurso da ação”, criticou o advogado Harrisson Targino, da banca da coligação encabeçada por Cássio, em 2014.

Outro lado da guerra
O advogado Fábio Brito, da defesa de Ricardo Coutinho, ainda comemora decisão do TRE, que extinguiu uma das ações propostas pelo PSDB contra o governador reeleito da Paraíba. Nela, a coligação cassista alegava a prática de conduta vedada por possível utilização indevida da Granja Santana, residência oficial do chefe do Executivo.

Cobrança…
No Seminário do PSB no Recife, o presidente da Assembleia, Adriano Galdino (PSB), olhou nos olhos do governador Renato Casagrande (ES) e tascou: “Você me deve”!

…Pública
Galdino referia-se ao que chama de “dívida” do Sudeste para com o Nordeste. Repetiu o mote do discurso e bandeira levantadas no último Congresso da Unale, em Vitória (ES).

Ordem do dia
A proposta de voto aberto na Assembleia Legislativa da Paraíba será um dos itens prioritários a constar na reunião da Comissão de Recesso da Casa, amanhã.

Nas redes…
O deputado Veneziano Vital (PMDB) postou outro dia foto com pouca movimentação no Parque do Povo, em Campina Grande, e uma crítica velada. “Quanta diferença”!

…Sociais
Ricardo Pedrosa, ex-secretário, ironizou o ex-chefe: “Muita diferença. Como diz a Bíblia, tudo tem seu tempo. Apesar de ter ido ao PP 3 vezes, é notório o êxito da festa este ano”.

Preferencial
O deputado Edmilson Soares (PEN) avaliou as chances de dez aliados e chegou a uma conclusão: pretende lançar o filho, Tamilson, como candidato a vereador em 2016.

PINGO QUENTE
“Campanha política é como escola de samba”.
Do senador José Maranhão, para quem a Quarta-feira de Cinzas de 2018 já chegou no PMDB da Paraíba.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba.

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