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Nosso transporte coletivo por ônibus

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publicado em 06/07/2015 às 09h16
atualizado em 06/07/2015 às 06h22

Com o título acima referimo-nos ao transporte coletivo urbano no âmbito nacional, especialmente ao das capitais, se bem que não possamos deixar de nos reportar a algumas cidades que têm despontado como detentoras de um bom serviço nesse setor (Uberlândia, Londrina, Santos…).

E assim o fazemos com base no que assistimos recentemente na  cidade de Santos/SP, dias 23, 24 e 25 de junho, participando do 20º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito, que bienalmente é promovido pela Associação Nacional de Transporte Público (ANTP).

A primeira das conclusões é a de que o setor está em crise, nacionalmente, principalmente porque, como expresso em uma das Mesas Redondas do evento por um de seus debatedores (Carlos Batinga – nosso ex-deputado com a experiência  de ex-secretário nesse segmento nas cidades de Natal, Salvador e João Pessoa), “o governo deixou de investir na infraestrutura e na capacitação profissional do transporte público desde 1990 a 2010, só tomando providências nesse sentido às vésperas da Copa do Mundo, por causa desta”.

A segunda conclusão é a de que com o trânsito das cidades batendo recordes de congestionamentos e sem medidas efetivas das Prefeituras para a priorização do transporte público, os ônibus aumentaram seus tempos de viagem, consequentemente também acresceram suas frotas e tudo isto acarreta aumento nos custos operacionais, redundando em elevação tarifária. Como exemplo, ainda em torno do ano 2000, João Pessoa tinha uma frota operante de 357 ônibus e transportava cerca de 10 milhões de passageiros/mês. Atualmente com uma frota de 470 ônibus (113 a mais), só transporta 7,1 milhões de passageiros/mês!

A terceira conclusão, que é a mais grave, corresponde à da questão tarifária, porquanto poucos governos municipais têm assumido como essencialmente necessária a adoção da tarifa técnica como indispensável ao equilíbrio econômico-financeiro do setor e consequentemente à exigência da prestação de um serviço satisfatório à população. Exemplificando: a tarifa técnica de São Paulo é de R$ 4,76 embora o passageiro só pague R$ 3,50 (a diferença é subsidiada); o mesmo acontece em Curitiba, em que o governo subsidia R$ 0,45 da tarifa técnica de R$ 3,60; cidades como Santos e Londrina, sem subsídio, a tarifa está em R$ 3,25; já em Uberlândia, também sem subsídio, é de R$ 3,10; e em capitais como Aracaju e Maceió, igualmente sem subsídio, as tarifas estão em R$ 2,70 e R$ 2,75, respectivamente.

Mas, como o assunto exige mais esclarecimentos, proximamente voltaremos ao assunto.

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