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Formada pela Universidade Federal da Paraíba, Alessandra Torres é apresentadora do Jornal da Correio, da TV Correio/Record, e do programa Balanço Geral, da 98 FM, de João Pessoa.

O que tem valor

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publicado em 27/06/2015 às 08h55

Uma prática, que já está acontecendo em São Paulo, chamou muito a minha atenção, principalmente, pela objetividade da ideia. Uma garota bem jovem teve a iniciativa de colocar à disposição de outras pessoas eletrodomésticos, louças e até espaço, numa espécie de escambo. Isso mesmo! A justificativa dela é a crise pela qual passa o país e também o tamanho cada vez mais reduzido dos lares modernos. Por isso,nada melhor do que em tempos como esses trocar alguns utensílios ou eletrodomésticos para economizar.

Funcionaria assim, algum vizinho tem um cortador de grama e o coloca à disposição para emprestá-lo, afinal, um uso tão sazonal não justificaria uma compra em tempos de tanta restrição econômica, não é mesmo? Com isso, criaria uma rede de troca, evitando desperdício de dinheiro.Legal, inteligente, mas acima de tudo de um caráter humano enorme. Com essa prática, principalmente, numa cidade individualista como São Paulo, criou-se uma rede de ajuda, uma corrente contra o desperdício. É verdade que se trata de um passo simples, quase tímido, mas para mim significou tanto mais.

Hoje, o individualismo impera e é quase impossível ouvir um simples bom dia, quem dirá um empréstimo de um cortador de grama ou de um jogo de jantar. É pouco? Não acho, na verdade é um ato de solidariedade. E em tempos tão cruéis, é um sopro de esperança até mesmo contra o consumismo desenfreado que norteia nossas vidas.
Adorei essa ideia, principalmente, porque nos dá a real sensação de como algumas coisas são supérfluas e que até nos dão o prazer instantâneo da compra, mas é só!

O que nos faz falta, realmente, é o amor bom, confortante e pacífico e é daí que vem a real sensação de perda e de completude.

A ausência que enche, preenche um quarto, uma sala, uma vida. Esse amor faz falta e completa um espaço vital das coisas importantes e maravilhosas de lembrar.

E é assim que lembro, relembro e vivencio a ausência de meu pai.  Perdi nos últimos anos, muita vida ao seu lado, mas não fico triste todo o tempo, afinal, proporcionalmente, à dor de sua presença/ausência,tive enormes momentos ternos, lindose simples como tudo que é definitivo.

Então, a ideia de compartilharobjetos é fantástica!Afinal, na verdade, a felicidade é tão simples, é a leveza da existência, é apenas a beleza da vida. E aproveitemos a vida com o que é precioso porque “o tempo não pára, só a saudade é que faz as coisas pararem”

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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