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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Agra sobe o tom

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publicado em 11/01/2011 às 18h10

O prefeito de João Pessoa, Luciano Agra (PSB), esqueceu o habitual comportamento de monge e pela primeira vez revelou o seu lado mais “agressivo” na política. É verdade que ultrapassou um pouco na dose, mas mandou dizer a aliados e adversários que não admite ser ignorado no processo.

Em entrevista ao vigilante repórter Henrique Lima, do Correio Debate (rádio), o socialista não escondeu contrariedade pelas declarações recentes do deputado federal Ruy Carneiro (PSDB), autor de nota de repreensão a Rômulo Gouveia (PSDB) pelo apoio ao projeto de reeleição do PSB.

Subiu o tom e acusou Ruy de fazer jogo duplo na campanha e de carregar muitas contradições nos posicionamentos políticos. Excedeu-se porque poderia publicamente ter transmitido um gesto de valorização do PSDB, embora o parlamentar cicerista tenha sido o alvo principal do desabafo.

Afora o ataque, Agra admitiu abertamente a condição de candidato ao se auto proclamar preparado para enfrentar qualquer adversário, sem nomes preferenciais. Incluiu até Barack Obama na lista, em tom de brincadeira. Ficou cristalino: Luciano declamou bem ao estilo “pode vir quente que eu estou fervendo”.

De uma só lapada, livrou-se da condição de zagueiro e vestiu a camisa de atacante cheio de vontade de fazer gol. Entrou em campo com disposição, chamou o time adversário para a briga, entretanto pecou pelos exageros verbais. A acidez e a presunção não combinam com a imagem de serenidade e sobriedade que marcam sua personalidade e a aprovação de sua reconhecida gestão.

Embriaguez – O deputado federal Manoel Júnior (PMDB), pretenso candidato a prefeito de João Pessoa, foi o primeiro a reagir ao desabafo do prefeito Luciano Agra. “Ele não precisará de Barack Obama porque a embriaguez do poder já derrotou muita gente”, atiçou.

$U$ – O Governo Maranhão III dizia ter verdadeira obsessão pela Saúde, tanto que abusou ao criar uma folha paralela de pagamento (em poder da coluna) só para cuidar do bem-estar de alguns notáveis paraibanos.

Novo apetite – O deputado Lindolfo Pires (DEM) saiu animado do almoço com o governador Ricardo Coutinho no Restaurante Gulliver. “Senti firmeza e acho que a coisa agora é pra valer”, avaliou o democrata.

No páreo – O deputado Manoel Ludgério (PDT) desconhece acordo firmado em torno do colega Lindolfo Pires (DEM). Ludgério mantém a candidatura, embora admita acompanhar a maioria da base.

Indiferença – Conhecido publicitário tentou cumprimentar importante político paraibano na solenidade de posse da nova gestão do Tribunal de Contas. Foi ignorado e ficou coma mão estirada.

Na espera – O vereador João dos Santos (PR) não esconde de ninguém o desejo de se recompor com o prefeito Luciano Agra. João tem feito prece a todos os santos para receber o aval de Wellington Roberto.

Dissidente – Em Patos, só se fala na possibilidade do vereador Zé Motta (PMDB), sobrinho de Chica Motta, assumir a diretoria regional da Cagepa. Ele anda rompido com o prefeito Nabor Wanderley (PMDB).

Demissões – A presidente da Asprenne, Thânia Feitosa, revelou ao portal MaisPB a intensa procura de servidores pro tempore em busca de auxílio. Cerca de 7 mil contratados já teriam acionado a entidade.

Normalidade – O deputado Raniery Paulino (PMDB) negou os boatos de debandada dos colegas da Oposição ao novo Governo. Paulino considerou normais todas as primeiras medidas adotadas pelo governador.

Profecia de Pedro – Opinião do ex-deputado tucano Pedro Medeiros. Se o PSDB não se alinhar completamente ao Governo haverá disputa entre Cássio Cunha Lima e Cícero Lucena pelo comando.

Respeito à vida – Chega à coluna e-mail de Manuel Ferreira Campos ([email protected]) dando conta da falta do medicamento Riluzol, receitado ao seu cunhado, portador de doença degenerativa rara e incurável.

Descumprimento – O paciente tem Esclerose Lateral Amiotrófica e precisa tomar o remédio todo dia. Desde o mês passado a Justiça obrigou a entrega, mas Secretaria Estadual de Saúde não resolve o problema.

Entre aspas
“É uma situação de extrema gravidade. Tem de soldado a coronel”.
Deputado federal Luiz Couto (PT) sobre a lista entregue ao governador com nomes de envolvidos nos grupos de extermínio.

Reprodução do Correio da Paraíba

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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