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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Declínio

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publicado em 24/01/2011 às 11h39

A última vez que nossa Paraíba figurou bem na esfera federal foi com a presença do estabanado, porém articulado Ney Suassuna, no Governo FHC. O peemedebista ganhou força no Congresso e virou ministro da Integração Nacional, cargo antes exercido pelos paraibanos Cícero Lucena (PSDB) e Fernando Catão.

De lá pra cá, nunca mais tivemos o privilégio de reeditarmos prestígio igual ao representado por Ernani Sátiro (ex-líder do Governo), Abelardo Jurema (ministro da Justiça), João Agripino (ministro das Minas e Energia), José Américo de Almeida (super ministro de Getúlio Vargas), entre outros ilustres paraibanos.

No Governo Dilma Roussef, assistimos com inveja a inserção de nossos vizinhos do Rio Grande do Norte, Ceará e Pernambuco no primeiro time da política graças ao poder de interlocução e a firmeza de seus agentes públicos.

Os potiguares mandaram Garibaldi Alves (PMDB) para o Ministério da Previdência. O Ceará emplacou Leônidas Cristino (PSB) nos Portos e Aeroportos. Fernando Bezerra (PSB) é o nome pernambucano no controle do Ministério da Integração Nacional. E a Paraíba? Rasteja por qualquer espaço para empregar algum dos nossos políticos que se deram mal nas urnas.

No Congresso, nossa fraca representação nem de longe lembra o tempo áureo em que brilharam na tribuna Alcides Carneiro, Ruy Carneiro, Estácio Souto Maior, Otacílio Queiroz, Raimundo Ásfora, Vital do Rêgo, Humberto Lucena, Antônio Mariz e Marcondes Gadelha, nossa última voz eloqüente em Brasília.

Hoje, temos que nos acostumar com parlamentares afeitos ao lobby e lembrados apenas nas páginas dos escândalos. A inexistência de convites a um dos nossos conterrâneos a posto de destaque nacional revela nossa inércia política e acanha nossa estima. Do jeito que vai, daqui a pouco seremos apenas um traço espremido no extremo oriental do mapa político brasileiro.

Saúde de Campina – O Governo do Estado e o Hospital Materdei, de Campina Grande, estão em adiantados entendimentos. O hospital privado negocia a cessão de suas instalações ao Hospital Regional de Campina Grande, que apresenta graves problemas na estrutura física e atestada defasagem no seu conjunto de equipamentos.

Cobrança – Na reunião de ontem, na Cinep, o governador Ricardo Coutinho voltou a avisar, olho no olho, aos seus auxiliares: ninguém é dono de secretaria e todos serão cobrados. Ordenou muito trabalho e nada de deslumbramentos.

Critério – Ricardo solicitou que os secretários priorizem especialistas na formação das equipes de trabalho. Os políticos não estão extintos, mas só devem ser chamados os que têm base técnica.

Naufrágio – O superintendente do Porto de Cabedelo, Wilbur Jácome, ficou estupefato diante dos números das finanças da Paraíba. “É muito triste ver como Maranhão desequilibrou o Estado”.

Baixa – O deputado federal Ruy Carneiro (PSDB) atesta a preocupação sobre a dispersão da nossa bancada federal. Ele lamentou os baixos índices de liberação de recursos federais para obras.

Efeitos – Comentário freqüente entre a classe política. O quadro financeiro deixado no Estado atrapalha muito as pretensões do ex-governador José Maranhão figurar em cargo no Governo Dilma.

Beiradas – Enquanto estamos fora do banquete, vamos petiscando outros espaços. Após Carlos Batinga (secretaria de Transportes), Adalberto Fulgêncio foi confirmado na Ouvidoria do SUS.

Alerta – O assassinato de um turista carioca, morto após assalto em plena tarde de sábado na orla marítima de Tambaú, em João Pessoa, acendeu a luz amarela na segurança pública da Paraíba.

Cabo de guerra – Continua o impasse em Monteiro. A Câmara deve entrar hoje com ação na Justiça pelo atraso no repasse do duodécimo. A Prefeitura distribuiu nota assegurando depósito judicial.

A reza do frei – “Eles estão no Governo, mas não representam o PT”. É o que pensa o deputado estadual eleito Frei Anastácio sobre os dissidentes petistas que ocupam pastas na gestão de Ricardo.

Sem aval =
Apesar de nas entrelinhas expressar concordância, Anastácio diz não ter nada haver com a representação movida pelo seu ex-assessor José Ivonaldo contra os petistas nomeados no Governo.

Canal aberto – Em que pese o perfil de revelação dos bastidores e noticiário político, a coluna mantém a abertura do espaço para e-mails com denúncias, sugestões e críticas sobre os fatos do cotidiano.

Entre aspas
“Essa política pequena e mesquinha não me atrai”.
Desabafo no twitter do ex-vereador de João Pessoa, Professor Paiva, desencantado com a atividade política.

Reprodução do Correio da Paraíba

 

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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